terça-feira, 14 de maio de 2013

Declaração da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil contra a redução da maioridade penal



CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL 
47ª AG
DECLARAÇÃO DA CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL
CONTRA A REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL

“Todas as vezes que fizestes isso a um desses mais pequenos (...) foi a mim que o fizestes” (Mt 25,40)


         O Brasil enfrenta uma onda generalizada de violências sob os mais variados aspectos e pontos de vista. São violências que vão desde a negação ou privação dos direitos básicos à vida até àquelas que geram insegurança, apreensão, medo. 
         Campanhas equivocadas criminalizam crianças, adolescentes e jovens como principais responsáveis dessas ações violentas, quando na verdade, frequentemente, os maiores culpados ficam totalmente impunes. 
Os atos violentos, os crimes, o narcotráfico, envolvendo-os, a cada dia, em sua perversa trama, tiram-lhes as possibilidades de plena realização e os afastam de sua cidadania. 
         Neste contexto, o Senado volta a discutir a redução da maioridade penal com argumentos que poderiam ser usados também para idades menores ainda, como se esta fosse a solução para a diminuição da violência e da impunidade. A realidade revela que crianças, adolescentes e jovens são vítimas da violência. Muitas vezes são conduzidos aos caminhos da criminalidade por adultos inescrupulosos. 
         A CNBB entende que a proposta de redução da maioridade penal não soluciona o problema. Importa ir a suas verdadeiras causas, que se encontram, sobretudo, na desagregação familiar, na falta de oportunidades, nas desigualdades sociais, na insuficiência de políticas públicas sociais, na perda dos valores éticos e religiosos, na banalização da vida e no recrutamento feito pelo narcotráfico. 
Reafirma a CNBB que a redução da maioridade penal violenta e penaliza ainda mais adolescentes, sobretudo os mais pobres, negros, moradores de periferias.
         Persistir nesse caminho seria ignorar o contexto da cláusula pétrea constitucional - Constituição Federal, art. 228¬ - além de confrontar a Convenção dos Direitos da Criança e do Adolescente, as regras Mínimas de Beijing, as Diretrizes para Prevenção da Delinquência Juvenil, as Regras Mínimas para Proteção dos Menores Privados de Liberdade (Regras de Riad), o Pacto de San José da Costa Rica e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), instrumentos que demandam proteção especial para menores de 18 anos.
         Crianças, adolescentes e jovens precisam ser reconhecidos como sujeitos na sociedade e, portanto, merecedores de cuidado, respeito, acolhida e principalmente oportunidades.
         A Igreja no Brasil conclama os poderes públicos – Executivo, Legislativo e Judiciário – bem como a sociedade civil a debater o assunto. Urge a busca de soluções focadas nas políticas públicas que efetivem melhores condições de vida para todos, na implementação de medidas sócio-educativas previstas no ECA e no desenvolvimento de uma política nacional de combate ao narcotráfico, penalizando com maior rigor a manipulação e o aliciamento de crianças, adolescentes e jovens pelo crime organizado.
         A Igreja Católica, através de suas comunidades eclesiais, pastorais, movimentos e entidades sociais, desenvolve projetos sócio-educativos, profissionalizantes, de recuperação de dependentes químicos e de atendimento a adolescentes autores de ato infracional, obtendo resultados que indicam à sociedade caminhos a partir de ações educativas e não punitivas. 
         A CNBB se une a todos os brasileiros que trabalham para que se cumpra a premissa básica da Constituição Federal, art. 227: “CRIANÇA E ADOLESCENTE PRIORIDADE ABSOLUTA” e reafirma sua posição contrária à redução da maioridade penal.

Indaiatuba, São Paulo, 24 de abril de 2009

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Seguindo os passos do Cristo jovem: a Pastoral da Juventude Rio na CF2013






A PJ da Arquidiocese do RJ, apesar de não ter trabalhado a questão da redução da maioridade penal de modo específico, trabalhou a Semana da Cidadania, nas mídias, à luz da CF 2013, com o intuito de chamar à atenção dos jovens sobre alguns aspectos:

O papel do jovem como protagonista na construção da Civilização do Amor, à grande importância da utilização das redes sociais como um meio de evangelização, à sua importância como agente de transformação da sociedade, seus direitos e deveres como cidadão, à necessidade de uma formação integral, desejando também, fomentar a abordagem desses e de outros temas nos Grupos Jovens de Base, seja através das mídias, rodas de conversa, fóruns, dinâmicas, palestras, teatro, dança, artes, atividades lúdicas, caritativas, momentos de espiritualidade...
Sempre respeitando a realidade de cada Grupo Jovem, e a etapa em que se encontram no processo de educação na fé, trabalhando todas as dimensões possíveis.

 Durante a semana foram trabalhados alguns temas importantíssimos:

  • Tema: “Eis-me aqui, envia-me: o protagonismo juvenil e a Campanha da Fraternidade”.
  • Tema: ”As redes sociais como um espaço de interação, fé e protagonismo juvenil”.
  • Tema: “A Juventude e as dores do mundo: a necessidade por políticas públicas e justiça social para os jovens”.
  • Tema: “O ano da fé e a juventude nas sagradas escrituras”.
  • Tema: “Sou jovem, sou teu anunciador: o seguimento a Jesus através da Pastoral da Juventude”.
  • Tema: “Afetividade e sexualidade: o lugar de fala do jovem católico” .


No centro da mensagem: a salvação em Jesus Cristo
 A evangelização há de conter também sempre, ao mesmo tempo como base, centro e ápice do seu dinamismo, uma proclamação clara que, em Jesus Cristo, Filho de Deus feito homem, morto e ressuscitado, a salvação é oferecida a todos os homens, como dom da graça e da misericórdia do mesmo Deus.
Os sacramentos são sinais de Cristo vivo a agir na Igreja. Viver desta maneira os sacramentos, de molde a fazer com que a celebração dos mesmos atinja uma verdadeira plenitude, não é de modo algum, como às vezes se pretende, colocar um obstáculo ou aceitar um desvio da evangelização; é antes proporcionar-lhe a sua integridade. Efetivamente, a totalidade da evangelização para além da pregação de uma mensagem, consiste em implantar a Igreja, a qual não existe sem esta respiração, que é a vida sacramental a culminar na Eucaristia.


Mensagem que interpela a vida toda
Mas a evangelização não seria completa se ela não tomasse em consideração a interpelação recíproca que se fazem constantemente o Evangelho e a vida concreta, pessoal e social, dos homens. E por isso que a evangelização comporta uma mensagem explícita, adaptada às diversas situações e continuamente atualizada: sobre os direitos e deveres de toda a pessoa humana e sobre a vida familiar, sem a qual o desabrochamento pessoal quase não é possível, sobre a vida em comum na sociedade; sobre a vida internacional, a paz, a justiça e o desenvolvimento.


Necessária ligação com a promoção humana
Entre evangelização e promoção humana, desenvolvimento, libertação, conforme ela foi anunciada e realizada por Jesus de Nazaré e conforme a Igreja a apregoa,existem de fato laços profundos: laços de ordem antropológica, dado que o homem que há de ser evangelizado não é um ser abstrato, mas é sim um ser condicionado pelo conjunto dos problemas sociais e econômicos; laços de ordem teológica, porque não se pode nunca dissociar o plano da criação do plano da redenção, um e outro a abrangerem as situações bem concretas da injustiça que há de ser combatida e da justiça a ser restaurada; laços daquela ordem eminentemente evangélica, qual é a ordem da caridade: como se poderia, realmente, proclamar o mandamento novo sem promover na justiça e na paz o verdadeiro e o autêntico progresso do homem? É impossível aceitar "que a obra da evangelização possa ou deva negligenciar os problemas extremamente graves, agitados sobremaneira hoje em dia, no que se refere à justiça, à libertação, ao desenvolvimento e à paz no mundo. Se isso porventura acontecesse, seria ignorar a doutrina do Evangelho sobre o amor para com o próximo que sofre ou se encontra em necessidade".


Utilização dos meios de comunicação
 No nosso século tão marcado pelos meios de comunicação social, o primeiro anúncio, a catequese ou o aprofundamento ulterior da fé, não podem deixar de se servir destes meios conforme já tivemos ocasião de acentuar.
Postos ao serviço do Evangelho, tais meios são susceptíveis de ampliar, quase até ao infinito, o campo para poder ser ouvida a Palavra de Deus e fazem com que a Boa Nova chegue a milhões de pessoas. A Igreja viria a sentir-se culpável diante do seu Senhor, se ela não lançasse mão destes meios potentes que a inteligência humana torna cada dia mais aperfeiçoados. É servindo-se deles que ela "proclama sobre os telhados" a mensagem de que é depositária. Neles encontra uma versão moderna e eficaz do púlpito. Graças a eles consegue falar às multidões.
              Entretanto, o uso dos meios de comunicação social para a evangelização comporta uma exigência a ser atendida: é que a mensagem evangélica, através deles, deverá chegar sim às multidões de homens, mas com a capacidade de penetrar na consciência de cada um desses homens, de se depositar nos corações de cada um deles, como se cada um fosse de fato o único, com tudo aquilo que tem de mais singular e pessoal, a atingir com tal mensagem e do qual obter para esta uma adesão, um compromisso realmente pessoal.


Indispensável contato pessoal
E é por isto que, ao lado da proclamação geral para todos do Evangelho, uma outra forma da sua transmissão, de pessoa a pessoa, continua a ser válida e importante. O mesmo Senhor a pôs em prática muitas vezes, por exemplo as conversas com Nicodemos, com Zaqueu, com a Samaritana, com Simão, o fariseu, e com outros, atestam-no bem, assim como os apóstolos. E vistas bem as coisas, haveria uma outra forma melhor de transmitir o Evangelho, para além da que consiste em comunicar a outrem a sua própria experiência de fé? Importaria, pois, que a urgência de anunciar a Boa Nova às multidões de homens, nunca fizesse esquecer esta forma de anúncio, pela qual a consciência pessoal de um homem é atingida, tocada por uma palavra realmente extraordinária que ele recebe de outro. Nós não poderíamos dizer nunca e enaltecer bastante todo o bem que fazem os sacerdotes que, através do sacramento da Penitência ou através do diálogo pastoral, se demonstram dispostos a orientar as pessoas pelas sendas do Evangelho, a ajudá-las a firmarem-se nos seus esforços, a auxiliá-las a reerguer-se se porventura caíram, enfim, a assisti-las continuamente, com discernimento e com disponibilidade.


O papel dos sacramentos
 Depois, nunca será demasiado insistir no fato de a evangelização não se esgotar com a pregação ou com o ensino de uma doutrina. A evangelização deve atingir a vida: a vida natural, a que ela confere um sentido novo, graças às perspectivas evangélicas que lhe abre; e a vida sobrenatural, que não é a negação, mas sim a purificação e a elevação da vida natural. Esta vida sobrenatural encontra a expressão viva nos sete sacramentos e na admirável irradiação de graça e de santidade de que eles são fonte.
A evangelização exprime assim toda a sua riqueza, quando ela realiza uma ligação o mais íntima possível, e melhor ainda, uma intercomunicação que nunca se interrompe, entre a Palavra e os sacramentos. Num certo sentido há um equívoco em contrapor, como já algumas vezes se fez, a evangelização à sacramentalização. É bem verdade que uma certa maneira de administrar os sacramentos, sem um apoio sólido na catequese destes mesmos sacramentos e numa catequese global, acabaria por privá-los, em grande parte, da sua eficácia. O papel da evangelização é precisamente o de educar de tal modo para a fé, que esta depois leve cada um dos cristãos a viver, e a não se limitar a receber passivamente, ou a suportar os sacramentos como eles realmente são, verdadeiros sacramentos da fé.


O testemunho da vida
 É conveniente realçar isto; para a Igreja, o testemunho de uma vida autenticamente cristã, entregue nas mãos de Deus, numa comunhão que nada deverá interromper, e dedicada ao próximo com um zelo sem limites, é o primeiro meio de evangelização. "O homem contemporâneo escuta com melhor boa vontade as testemunhas do que os mestres, ou então se escuta os mestres, é porque eles são testemunhas".(67) São Pedro exprimia isto mesmo muito bem, quando evocava o espetáculo de uma vida pura e respeitável, "para que, se alguns não obedecem à Palavra, venham a ser conquistados sem palavras, pelo procedimento".(68) Será pois, pelo seu comportamento, pela sua vida, que a Igreja há de, antes de mais nada, evangelizar este mundo; ou seja, pelo seu testemunho vivido com fidelidade ao Senhor Jesus, testemunho de pobreza, de desapego e de liberdade frente aos poderes deste mundo; numa palavra, testemunho de santidade.



Sexualidade e afetividade
 A sexualidade afeta todos os aspectos da pessoa humana, na unidade do seu corpo e da sua alma. Diz respeito particularmente à afetividade, à capacidade de amar e de procriar, e, de um modo mais geral, à aptidão para criar laços de comunhão com outrem.
 Compete a cada um, homem e mulher, reconhecer e aceitar a sua identidade sexual. A diferença e a complementaridade físicas, morais e espirituais orientam-se para os bens do matrimônio e para o progresso da vida familiar. A harmonia do casal e da sociedade depende, em parte, da maneira como são vividos, entre os sexos, a complementaridade, a necessidade mútua e o apoio recíproco.
Ao criar o ser humano homem e mulher, Deus conferiu a dignidade pessoal, de igual modo ao homem e à mulher. O homem é uma pessoa; e isso na mesma medida para o homem e para a mulher, porque ambos são criados à imagem e semelhança dum Deus pessoa.


CAMINHAR, EDIFICAR, CONFESSAR.

Caminhar. Trata-se da primeira coisa que Deus disse a Abraão: caminha na minha presença e sê irrepreensível. Caminhar: a nossa vida é um caminho e, quando nos detemos, está errado. Caminhar sempre, na presença do Senhor, à luz do Senhor, procurando viver com aquela irrepreensibilidade que Deus pedia a Abraão, na sua promessa.

Edificar. Edificar a Igreja. Fala-se de pedras: as pedras têm consistência; mas pedras vivas, pedras ungidas pelo Espírito Santo. Edificar a Igreja, a Esposa de Cristo, sobre aquela pedra angular que é o próprio Senhor. Aqui temos outro movimento da nossa vida: edificar.

Terceiro, confessar. Podemos caminhar o que quisermos, podemos edificar um monte de coisas, mas se não confessarmos Jesus Cristo, está errado. Tornar-nos-emos uma ONG sócio-caritativa, mas não a Igreja, Esposa do Senhor.


O PRESENTE JOVEM DA IGREJA E DA HUMANIDADE

                Vós, jovens, não sois apenas o futuro da Igreja e da humanidade, como uma espécie de fuga do presente. Pelo contrário: vós sois o presente jovem da Igreja e da humanidade. Sois seu rosto jovem. A Igreja precisa de vós, como jovens, para manifestar ao mundo o rosto de Jesus Cristo, que se desenha na comunidade cristã. Sem o rosto jovem a Igreja se apresentaria desfigurada.

Não tenhais medo! Abri, escancarai as portas a Cristo!

Queridos jovens, Cristo vos chama a serem santos. Ele mesmo vos convoca e quer andar convosco, para animar com Seu espírito os passos do Brasil neste início do terceiro milênio da era cristã. Peço à Senhora Aparecida que vos conduza, com seu auxílio materno e vos acompanhe ao longo da vida.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!






Texto: Thiago França (Arq Rio)
           Graziele (Assessora da PJ OESTE)

           Pedro Suares (Assessor da PAJUVIN)
           Walmyr Junior (CRPJ)
           Alessandro (Assessor da PAJULEO)
           Humberto (Assessor da PJ SUBURBANO)
           Jorge Felippe (Assessor da PJ URBANO)

Imagens: Web - Campanha da Fraternidade 2013



Referências
EvangelliNuntiandi(Números 27, 29, 31, 41, 45, 46 e 47 - Papa Paulo VI), Catecismo da Igreja Católica (CIC 2332 – 2334) /Trechos da Homilia do Papa Francisco, na Santa Missa com os Cardeais, 14 de março de 2013 / Trechos do discurso do Papa Bento XVI (Estádio Municipal do Pacaembu, São Paulo, 10 de maio de 2007) / Trecho da  homilia do Beato João Paulo II, papa, no início do seu pontificado, 22 de Outubro de 1978.


Sou Jovem, Sou Teu Anunciador: O seguimento a Jesus através da Pastoral da Juventude


O jovem – bem como todo cristão – é convidado a ser discípulo de Cristo.


O tema de hoje nos leva a refletir sobre o anúncio da Boa-Nova de Jesus, em que somos convidados, pelo batismo, a levar a palavra de Deus. E falando em chamado, vem à mente Isaías, que ainda jovem aceitou o convite do Senhor para ser Profeta em Israel.

Naquele tempo o povo passava por momentos de angústia frente à invasão da Assíria, que era grande potência na época, e precisava discernir os caminhos para enfrentar o que estava por vir. Parte do povo de Deus era infiel às Leis do Senhor: luxo, cobiça e injustiças eram cometidas pelo poder e ficava sob os panos de uma falsa piedade. Isaías tinha uma árdua missão vivendo sob esse contexto. Membro de uma aristocracia que acumulava riquezas em prejuízo do povo e celebrava um culto vazio, Isaías consegue ver as injustiças cometidas e a falta de fé de seu grupo. Então, ele assume suas fragilidades a Deus, que não o abandona. Pelo contrário, confia nele, apesar de sua fraqueza. Deus aposta em alguém em que ninguém apostaria: uma pessoa de lábios impuros, chamado a anunciar a Palavra profética, não só de denuncia e de correção de atitudes, mas também de esperança nos momentos difíceis. Sem medo, Isaías responde convicto: “Eis-me aqui, envia-me!”

Devemos, assim como Isaías, responder ao chamado de Deus, sem medo, alegres em poder anunciar a sua palavra, prontos para poder transmitir a fé que nos é dada. E esse último foi um pedido d’Aquele que deu a sua vida por nós. Vamos ao Evangelho de Mateus 28, aonde Cristo nos fala: “Portanto, ide e fazei discípulos entre todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que ordenei a vocês. Eis que eu estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo”. Partindo desses versículos, levantamos o seguinte questionamento: Como podemos responder a esse chamado? Por onde devemos começar? Esse é o convite que a Pastoral da Juventude faz a você!

Para que nós possamos amar mais a nossa Pastoral, é necessário que a conheçamos mais, e nos sintamos pertencentes a ela. A PJ tem seu início nos anos de 1970, época em que a Igreja vivia grandes expectativas e articulações. Os congressos do Conselho Episcopal Latino-Americano de Medellín e Puebla trouxeram novo ânimo para a ação pastoral com a juventude. Nesses encontros a Igreja demonstra sua preferência afetiva e efetiva pelos Jovens e Pobres. Em 1983, foi criado o Setor Juventude da CNBB, que acompanha as atividades da PJ e as relações com as congregações, movimentos juvenis e a diversidade de trabalhos realizados por outras iniciativas. Nesse mesmo ano foi realizado o 1º Encontro Nacional dos grupos de jovens, com enviados de vários cantos do país.

A PJ, no seu todo, foi valorizando e incluindo em sua caminhada novas experiências de trabalho com a juventude a partir de seu meio específico: juventude rural, juventude estudantil, juventude universitária e juventude dos meios populares – o que lhe foi exigindo uma nova forma de se articular e se organizar. Temos como principal ponto de articulação os grupos de base, onde o trabalho da juventude é transmitir a Boa-Nova de Cristo. Grupos que nos enchem de fraternidade e amor para o irmão, onde, juntos, podemos construir a Santa Igreja de Deus. Os encontros e assembleias tornaram-se momentos ricos em reflexões sobre o acompanhamento dos jovens para a vida em grupo, além de formar melhores cidadãos em busca da Civilização do Amor. 

A PJ está histórica e essencialmente inserida na dinâmica eclesial, contribuem para a missão e assumem aquilo que a Igreja do Brasil acredita, defende e promove com relação à evangelização da juventude e à construção do Reino. Acolhe as Diretrizes Gerais da Igreja (nacional, regional, diocesana) e as orientações do órgão responsável pela evangelização dos jovens nas instâncias em que se encontra.


Agora que já conhecemos a PJ, vamos refletir sobre nós mesmos. A juventude busca fazer parte de algum grupo, de se sentir acolhida, de estar num meio onde todos sejam iguais. Isso nos leva ao ponto da construção da identidade do jovem, que busca boas referências. O mesmo acontecia no Evangelho com aqueles que buscavam a Cristo e se tornaram seus discípulos. Meditando sobre isso pensamos: Existe modelo de vida melhor que o de Jesus Cristo? É o melhor que já pôde existir. Porém o mundo oferece tanta coisa que ficamos perplexos diante de tudo. O desafio para o jovem – assim como para todos os que aceitam Jesus como o caminho – é escutar a voz de Cristo em meio a tantas outras. Sabendo desse desafio, a Pastoral da Juventude vem para ajudar a escutar melhor o que Cristo tem para nós. Queremos que todos nós, jovens, sejamos comprometidos com a libertação individual e coletiva, resgatando a cidadania e o amor. Nos grupos de base é possível trabalhar a mensagem e o projeto de Jesus. A missão de ser seguidor e anunciador da Palavra é o que dá vida e sentido à PJ. Devemos dar testemunho de nossa fé, sendo participantes de nossas comunidades eclesiais, inspirados pela pessoa e proposta de Jesus Cristo com o vigor do Espírito Santo. 

A PJ assume, também, a sua opção evangélica pelos pobres e jovens. E como jovens, vamos ao encontro de todos eles nas diversas realidades, sendo sensíveis e solidários às suas dores e angústias, desejos e necessidades, alegrias, potencialidades e anseios. Queremos ser capazes de denunciar as situações de morte, anunciando e dando testemunho do Reino de Deus. Por isso, buscamos descobrir alternativas, propor ações concretas que respondam aos problemas que nós vivemos, procurando utilizar recursos, pedagogia e linguagem que contribuam para concretizar o plano da Civilização do Amor. E esse é um projeto feito por várias mãos.

Enquanto PJ, nós devemos ir ao encontro daqueles que buscam aquele “algo a mais” e mostrar que é possível ser completo com Jesus. Devemos anunciar com amor e zelo a sua vida. Nós podemos ser anunciadores na escola, na faculdade, no trabalho e, principalmente, dentro da nossa casa. É importante que o grupo tenha contato também com a família do jovem, principalmente nos momentos de desânimo e dificuldade. Fazer um encontro na casa do jovem, desperta nele e na família a alegria e a chama do Espírito Santo. Esse acaba sendo um jeito muito eficaz de anunciar o amor e a fraternidade. O grupo de PJ é, sobretudo, zeloso pela oração e pela santidade. Somos pequenos diante da tão grande oferta que Jesus fez por nós. Nos preocupamos com a importância da Eucaristia e da vida em Igreja. Somos Igreja Jovem! Isaías se preocupava com a Santidade de Deus, combatendo o luxo e a ostentação de uma sociedade que cultuava seus ídolos e não se curvava diante do Deus de Israel. Essa espiritualidade adotada pelo jovem profeta conduz, na atualidade, a uma fé que combate os ídolos presentes na sociedade contemporânea, que são representados pela inversão de valores, pela falta de amor ao mais necessitado, à condenação da vida, à falta de apoio aos jovens dentre tantas outras mazelas que nos afastam do caminho de Jesus. Que nós possamos buscar a intimidade com Jesus Eucarístico ao ponto de poder dizer: “Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim” – Gl 2, 20.


Outra face da Pastoral da Juventude é explorar a formação integral do jovem, preparando-o na sua totalidade. Para que a pessoa seja ética, comprometida, democrática, participativa; que saiba amar, conviver, relacionar-se, tenha fé, esperança e, principalmente seja feliz na vida com Cristo. A PJ quer possibilitar que a pessoa seja “plenamente aquilo a que é chamada”. Para isso, existem 5 dimensões para nossa formação:
  • A Personalização, onde fazemos uma autoavaliação, revisando quem somos e nossas limitações, buscando se superar e ter mudanças para um bom testemunho de vida. Trabalha com o conhecimento de si mesmo: interesses, aspirações, história, valores e sentimentos;

  • A capacidade de descobrir o outro e superar os bloqueios de comunicação fazem parte da Integração, que nos propõe conhecer o outro, gerar afeição e cooperação, confrontar ideias e dons. Aí estabelecemos nossos relacionamentos;

  • Evangelização é a caminhada que devemos dar para a educação da nossa fé, trabalhar nossa espiritualidade, ter as respostas para nossa existência, nossa vida sacramental. É sentir a presença de Deus na própria vida.

  • Onde estou? O que faço aqui? Essas perguntas são respondidas através da Conscientização, onde descobrimos o mundo, o que fazer, tendo em vista o senso crítico, capacidade de analisar e participar. A Conscientização nos leva ao compromisso com a Política, a Cidadania, com os Direitos Humanos, com a Defesa da Vida, do Trabalho, da Ecologia e com a participação de outros espaços de atuação.

  • E é através da Capacitação que aprendemos como fazer isso tudo. Preparando-se para a ação de planejar, executar, revisar, criar, encantar, festejar.




Todas essas dimensões são trabalhadas com arte, beleza, com o lúdico, a ecologia, a comunicação e a atuação em rede. O lugar privilegiado para se trabalhá-las é o Grupo Jovem. Um dos segredos, porém, está na maneira de como são conduzidos os encontros e assembleias. A grande sacada está em saber garantir em cada oração, reflexão e estudo, possibilidades para que os jovens possam viver essas dimensões. Assim, ele poderá pensar mais na sua função como jovem atuante e anunciador, para que tenha esperança e reforce a sua fé e que trabalhe sua potencialidade e dons. Temos que ser dinâmicos ao anunciar a Boa Nova da Ressurreição, ter amor nas palavras e um coração inflamado pelo Espírito Santo.


“Vale a pena viver dentro de nós, a palavra de Jesus e caminhar seguindo seus passos. Pedi ao Senhor que vos ajude a descobrir a sua vocação na vida e na Igreja. Vivam com alegria e fidelidade sabendo que Ele nunca nos abandona nem nos trai. Ele está conosco até o fim do mundo. Foi para esse momento da história, cheio de desafios e oportunidades que o Senhor nos mandou, para que graças à vossa fé, continue a ressoar a Boa Nova de Cristo para toda Terra”. (Bento XVI)




Texto: Elizaldo Junior (Coordenador da PJ Vicariato Oeste)
           Ruan Antônio (Coordenador da PJ Vicariato Suburbano)



Fontes Bibliográficas:
Bíblia;
Catecismo da Igreja Católica;
Documento 85 CNBB – Evangelização da Juventude;
Somos Igreja Jovem – Pastoral da Juventude: Um jeito de ser e fazer – Subsídeo de Estudo;
Texto-Base da Campanha da Fraternidade 2013.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Afetividade e sexualidade: o lugar de fala do jovem católico


 “O amor autêntico não tem um sentimento vago ou uma paixão cega. É uma atitude interior que envolve todo o ser humano, que olha para os outros para não usá-los, mas para servi-los. Em uma palavra, amor é o dom de si.” (João Paulo II)




Jovem, qual é a sua primeira atitude quando quer saber mais sobre algum assunto? Muito provavelmente você respondeu: coloco no Google. Podemos aqui começar a nossa conversa com a curiosa informação de que a primeira palavra mais procurada no Google é sexo e a segunda mais procurada é Deus. Será que há algum sentindo, algum elo entre isso? Claro que sim! Quando entendemos a nossa sexualidade, nossa espiritualidade passa a fazer mais sentido.  Não, Deus não ia querer que vivêssemos a castidade se isso fosse injusto. O que nos falta muitas vezes é buscar compreender as razões ao invés de questionar as regras e largar a fé.  O Papa João Paulo II (1920-2005) dedicou 129 pronunciamentos nas suas audiências públicas das quartas-feiras para falar sobre o corpo humano e a sexualidade a estes ensinamentos chamamos de Teologia do Corpo. Ela explora o significado do corpo e dos desejos sexuais e como eles estão relacionados à razão da nossa existência, explicando as razões que existem atrás das regras.

A banalização da sexualidade salta aos nossos olhos cada vez mais rápido e nos faz questionar o que leva alguém a se expor de tal maneira. Temos que entender que a informação hoje nos chega muito mais rápido e numa proporção muito maior que anos atrás. Globalização, interatividade, conectividade: tremenda revolução na história, nas relações sociais. Cada vez mais, o ser humano tem acesso a certas informações sem o mínimo de controle e critério. O que atrás era tido como coisa inocente e infalável, hoje é tida como uma mera normalidade entre os jovens. Como agem os pais sobre isso? Há diálogo. É preciso abrir o jogo, temos que falar abertamente e entender o que podemos ou não e qual o significado dessas propostas em nossas vidas.

O que nossa mente tem são dúvidas e indagações: Quem sou eu? Onde estou? Qual o sentindo da minha vida?  E você tem a certeza de que essas são as respostas: eu sou um filho de Deus que estou no mundo criado por Ele e o sentido dasua minha é encontrar a verdadeira fonte de amor: Deus! Deus sonhou e pensou em cada detalhe do mundo, e nesse projeto Deus nos fez homens e mulheres com corpo e alma. A nossa sexualidade é um presente de Deus. O problema atual é a distorção no mundo desse presente que Deus nos concedeu. João Paulo II colocava que o coração é um campo de batalha entre o amor e a luxúria, sendo a luxúria um desejo completamente egoísta de usar o outro para a própria satisfação.




Nessa busca é a nossa felicidade que está em jogo. Por isso não devemos nos distrair. No inicio da Sagrada Escritura, em Gênesis1, lemos que Deus é Amor e que Ele nos fez a sua imagem e semelhança. Logo nós somos criação do amor mais puro. Nós, homens e mulheres, fomos projetados para Amar. É por isso que em Gênesis ao criar a mulher Deus fala:”Não é bom que o homem esteja só.” (Gen 1, 18). Constituído a imagem e semelhança de Deus, homens e mulheres só descobrem a verdadeira identidade ao se doarem sinceramente para o outro. A totalidade de experimentação desse dom acontece no matrimonio ou na vida celibatária, pois ambos representam o casamento de Cristo com sua Igreja. Segundo João Paulo II a sacramental idade do corpo é que somente o nosso corpo pode fazer visível o invisível. Nosso corpo, criação de Deus, é capaz de transbordar para o mundo o mistério de Deus. Nosso corpo faz a graça de Deus materialmente visível, logo todos os nossos desejos devem ser direcionados parao verdadeiro amor. Nosso corpo é sagrado. Só que quantas vezes muitos Jovens perdem a noção dessa sacralidade e vivem relações carnais? E continuam vivendo, buscando algo que parecem nunca encontrar... Que sede é essa? Que busca é essa? Eles buscam AMAR e serem AMADOS... Só que essa sede só consegue ser saciada quando nos tornamos o que devemos ser: imagem e semelhança de Deus, de Deus que é Amor. Fomos criados pela VERDADE e muitas vezes deixamos nos levar pela inconstância dos sentimentos e largamos um “eu quero ser feliz”, e sedemos, mas só a Verdade nos leva a felicidade. A verdade é constante, é imutável.

Somos o tempo todo, desde crianças, bombardeados por mensagens sexuais, mesmo antes de entender nosso corpo e muito menos o que é sexo. O desejo sexual não é apenas uma reação hormonal do nosso corpo, o desejo sexual é um dom de Deus colocado em nossos corações para que pudéssemos unir uns aos outros, para que busquemos as raízes mais profundas: a beleza do outro criado a imagem e semelhança de Deus. Deus nos fez homens e mulheres para que aprendêssemos a fazer do nosso ser um dom total ao outro. A união entre homem e mulher foi projetada para o matrimônio, que é uma prefiguração da união que, finalmente, satisfará todos os nossos desejos: a união com Deus no paraíso. Em outras palavras, os nossos desejos de nos unirmos aos outros são muito bons, mas devemos respeitá-los e aprender a canalizá-los para atingirmos o amor genuíno. Quantas vezes você pensou estar completamente apaixonado e tudo foi por alga a abaixo? O Amor não é apenas um sentimento vinculado a emoção, segundo João Paulo II (em seu livro Amor e Responsabilidade): “o amor é um ato de vontade que consiste em preferir, de modo constante, o bem dos outros ao seu próprio bem.” Ou seja, não é a intensidade da emoção que vai medir o tamanho do amor. Amar é doar-se! Não é usar para o próprio prazer. Amar é decisão.

Agora perguntamos: será que é correto fazer algo que eu não posso contar e narrar em voz alta? Algo que eu tenho medo que alguém descubra? Pode até parecer legal aquela relação sexual que você mantém, tem horas que você até acha um pouco divertido... Mas por que ninguém pode saber? Alguém, algo dentro de você diz que esse não é o caminho... Se fomos feitos pela Verdade como ter vergonha do que fazemos? Isso realmente deixa você feliz? Então se o desejo da Verdade, do Deus que conosco sonhou e nos constituiu é a castidade, temos que buscá-la para sermos felizes. Mas... O que é exatamente a castidade e por que ela traz felicidade? A castidade é uma virtude. Uma virtude são hábitos que nos conduzem a realizar aquilo que é bom. (e Deus é bom, e tudo o que Ele criou é muito bom). A castidade está subordinada a virtude cardeal do autodomínio ou da temperança. A castidade é a maneira de aprendermos a amar do jeito certo e não apenas uma forma de controlarmos os nossos desejos. Castidade como o mundo prega não é reprimir os nossos desejos e trancá-los de uma forma que sempre pareçam que vão explodir. O convite a vida em castidade é uma proposta de Deus para levarmos por meio da força de nossos desejos o outro a verdadeira experiência do amor. A castidade deve ser vivida como uma entrega de amor ao outro, e é esta doação, que é fruto da Verdade que nos criou que levará a verdadeira felicidade. A castidade é um exercício de quem decide amar para escolher o bem.

Deus te ama, Cristo na cruz deu a vida por cada um de nós. E você? Dá a vida pelo seu namorado, por sua namorada?  Segue o mandamento que diz “Amai-vos uns aos outros como eu vós amei”?  Quando um casal de namorados se recusa a viver a castidade, mesmo que em comum acordo, estão se usando mutuamente (e segundo João Paulo II o posto de amar é usar e não odiar). Estão se recusando a sacrificar-se um pelo outro, assim como Cristo se sacrificou por nós através da própria vida. A castidade jamais pode separar um casal como muitos pensam, ela é o caminho e a proposta do verdadeiro amor, ela nos leva a amar de verdade, ela nos ensina amar. O ato sexual não é capaz disso. Viver a castidade no namoro nos ensina a descobrir a verdadeira beleza do nosso companheiro / companheira, sonhado e criado por Deus para amar e ser amado. Ensina-nos a ter autodomínio de nossos desejos. Ensina-nos que os desejos e fogos da carne são controláveis para o verdadeiro amor. Por isso, o casal de namorados que decide viver a castidade, quando estiver mais velhos e casados saberão melhor controlar as tentações de novos homens e mulheres que possam aparecer aguçando desejos sexuais. Saberão controlar-se, pois ainda quando novos descobriram por meio da castidade a beleza do outro, porque aprenderam que o ato sexual (oferecido banalmente por muitos) é um dom de Deus vivido pelo matrimônio para aqueles que se dispuseram a viver a Verdade e encontram o amor mais puro para o qual foram criados e chamados a viver.

Quanto ao matrimônio, São Paulo pede para o casal suportar um ao outro, amando mutuamente e perdoando. O marido deve amar sua mulher assim como seu corpo, pois o homem que ama sua mulher, ama-se a si mesmo. E Jesus é bem claro como descrito no Evangelho de São Mateus e diz “que o homem deixará sua casa e se unirá a sua mulher e os dois formarão uma só carne”. Palavras tão belas e fortes como essas ainda ecoam nos corações de muitos casais, jovens ou não, e são um estímulo para viver um casamento sadio e de respeito. Mas, infelizmente, ainda vemos o adultério, o morar junto para a vida toda sem o matrimônio, casais que se separam logo após o casamento e tantas outras coisas

Assim, pode-se concluir da maneira como trata o texto base da CF 2013 que “nesse contexto de transformações, o sistema econômico neoliberal,hegemônico nas economias industrializadas, submete o processo de produção a muitas cobranças e a uma árdua competição.Essa mentalidade se reproduz no mundo pessoal e faça lógica da graça soar particularmente estranha no horizonte das relações interpessoais. Assim, presenciamos, especialmente entre os jovens, a consolidação de uma afetividade autônoma e narcisista que dificulta o estabelecimento de relações estáveis e compromissadas, como a abertura às interpelações do outro, fonte básica da eticidade”.

Jovem, a Pastoral da Juventude tem um projeto chamado Tecendo Relações que tem entre os seus propósitos conscientizar os jovens para que viverem verdadeiras relações sociais baseadas no amor, defendendo a castidade, o namoro santo e a construção do projeto de vida. Se você deseja saber mais sobre o assunto ou quer realizar uma partilha entre um grupo de jovens com essas temáticas, entre em contato, estamos a disposição. Em agosto teremos um curso de formação, fique atento ao blog e a funpage da PJ Rio no face.

 “A castidade é uma questão difícil e que trabalha a longo prazo; é preciso paciência para colher seus frutos, que trarão a alegria de um amor cheio de gentileza. Mas, ao mesmo tempo, a castidade é o caminho certo para a felicidade.” (João Paulo II)



Texto: Aline Pessôa (Coordenadora da PJ no Vicariato Leopoldina)
          Ariel Carvalho (Coordenador da PJ no Vicariato Urbano)
Imagens: Internet



Referências:
Audiências Papa João Paulo II – Teologia do corpo (disponível em www.vatican.va)
JOÃO PAULO II. Amor e Responsabilidade.
BUTLE, Brian e EVERT, Jason e Crystalina. Theology of Body for Teens.






quinta-feira, 2 de maio de 2013

O ano da fé e a juventude nas sagradas escrituras




É eminente e bem claro a confiança que Deus sempre esteve depositando na juventude, o chamado a viver a radicalidade do amor, a entrega e doação ao próximo, é algo que vem de encontro a nossa realidade de forma muito real e nos exige respostas concretas; tal desejo de responder a esse amor, somos impulsionados e encorajados a professar a nossa fé em todo tempo e lugar, mais agente só pode oferecer daquilo que temos.

É o próprio Deus apostando e confiando a mim e a você um sonho de mudança , transformação em nossa sociedade,que todos tenham o conhecimento da verdade e experimentem desse amor incondicional de Deus.

Quem nunca pensou em mudar o mundo? Fazer algo que fosse capaz de acabar com a fome, injustiça, guerras e mortes... Pois bem segue abaixo exemplo de jovens corajosos que aceitaram o desafio marcaram a história, optaram de viver em fé não buscando glorias para si mesmos, mais em todo tempo exaltar ao nosso Deus.




Nasceu no Chile, em 1891. Aos 10 anos,recebeu sua Primeira Comunhão e, a partir desse momento, fez o propósito de amar a Deus com todas as forças. Empenhou-se por tornar Jesus conhecido e por reparar as ofensas contra Ele.Ofereceu a vida em troca da conversão de sua mãe que estava em situação de pecado. Foi tomada por uma grande enfermidade e chamada a à presença de Deus aos 12 anos. É considerada “Mártir da Pureza”.




 
Davi é o filho mais jovem de Jessé. Foi o escolhido para ser ungido rei de Israel (cf. 1Sm 16,1-13). Mesmo desacreditado por ser jovem (cf. 1Sm 17,31-33.42), mostrou inteligência, vontade e coragem para enfrentar Golias (cf. 1Sm 17). Representa o povo fraco e oprimido na construção de um reinado marcado pelo crescimento e pela felicidade de sua nação.






Maria de Nazaré é a jovem que recebe um papel fundamental na História da Salvação, apresentando-se com fé, obediência, coragem e liderança. Prometida em casamento a José, aceita a proposta de Deus para ser a Mãe de seu Filho (cf. Lc 1,26-38). O seu “Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra”


(Lc 1,38), transformou-lhe a vida e a história da humanidade.Atravessa as montanhas de Judá para ajudar Isabel e proclama o Magnificat, consciente da situação política, cultural e religiosa de seu tempo, assumindo com coragem sua missão.




Adentrando ao nosso contexto atual, a igreja mais uma vez proclama o Ano da Fé, esse uma vez vivenciado no ano de 1967( SEC. XX) através do Papa PIO VI em comemoração do 19º centenário do martírio de S. Pedro e S. Paulo, Pedro um homem que teve entregue as chave da igreja, mesmo tendo negado ao Cristo diante de uma situação difícil e Paulo que achava certo tudo o que fazia, até ter vivenciado uma experiência a caminho de Damasco, na qual teve sua vida completamente transformada de tal forma que o levou a seguir um novo rumo com um novo sentido e respirar de viver.

Naquela época a proposta da a igreja estava com o intuito de “retomar a exata consciência da fé :para reavivar, purificar, confirmar, confessar a fé”.

No nosso cenário atual, o nosso Papa Emérito Bento XVI, em meio a tantas crises de fé, nos fala , da perda do sentido religioso , que constitui o maior desafio para os dias de hoje na Igreja ...

“Será um momento de graça e de compromisso para uma conversão a Deus cada vez mais completa, para fortalecer a nossa fé nele e para O anunciar com alegria ao homem do nosso tempo”.Bento XVI

Um Ano da Fé proclamado, nos apresenta diversas oportunidade para exercitarmos e assumirmos a nossa postura de Cristão. É parecido com pedir paciência a Deus, ele irá lhe proporcionar situações para você exercitar esse desejo de ser paciente.




Uma conversão diária, na luta pela santidade, pois esse é o desejo e escolha de Deus para mim e para você ( Efésios 1,5) e  para mostrar que é possível viver a luz da Palavra de Deus, as primícias do Evangelho temos vários exemplos de jovens no Antigo testamento , no Novo Testamento e até  jovens que mesmos não estando relatados na sagrada escritura  estiveram ou estão  próximos de cada um de nós, para nos ajudar a reconhecer que quando estamos com os olhos fixo no Cristo fica bem mais fácil, carregar a cruz.

Se faz necessário não somente conhecer , mais vivenciar , experimentar, testemunhar, fazer valer a pena.

E com isso Paulo nos aponta no livro de Romanos um caminho para a fé que é  o ouvir, ouvir não de qualquer lugar, qualquer fonte, mais o ouvir da pregação da Palavra de Deus , palavra essa que transforma , cura, renova a minha e a sua vida. (Rm 10:17 ), sem nos esquecermos também da citação de São francisco de Assis sobre a evangelização ser em todo o tempo e lugar através da vida, se necessário usar as palavra, pois a sua vida talvez seja o único evangelho que uma pessoa possa veja; digo isso porque uma vez escutei um jovem dizer que as palavra convence mais o testemunho arrasta, daí a importância de termos nossos olhos mirados a todos instante no Cristo, para não cairmos nas frustrações de confiarmos em homens ( Jeremias 17,5) ), e sim naquele é o autor e consumador da nossa Fé ( Hebreus 12,1b).

Palavra essa que uma vez proferida não volta vazia, mais produz o seu efeito ( Isaías 55,11), efeito como uma flecha que quer atingir o nosso coração, efeito que gera desejo de conversão, metanoia para ai sim  não vivemos nos achismos e relativização da fé,  mais continuarmos abraçando e  buscando em fontes seguras aquilo que vai verdadeiramente  nos alimentar; o próprio Cristo,pois seremos tentados e testados, mas se permanecermos na rocha resistiremos pelo amor.Pois o homem está ainda que não perceba, cada vez mais sedento de Deus sedento de sua palavra, até porque esse desejo de buscá-lo, é o próprio Deus quem coloca em nossos corações.

Para nos ajudar ainda mais nossa amada Igreja, rica em tradição e cultura vem com um presente gerado do coração de Deus para toda a juventude, inspirado por Bento XVI, o  Catecismo da Igreja Católica para os jovens (You Cat ), com uma linguagem especial para  a juventude e que vai nos ajudar a conhecer mais sobre a nossa igreja e nos capacitar a  responder os questionamentos que vem de encontro a nossa fé sobretudo nesse século, onde aquilo que é o certo, ainda que pareça lógico, se tenta de vários  modos ofuscar ,distorcer, banalizar aquilo que é o verdadeiro e inegociável.

O YouCat que é um tesouro, é indispensável para os grupo de jovens, observo o quão os jovens tem medo de tratar de determinados assuntos em suas reuniões, para não causar polêmicas, ou perder jovens, faço um apelo  que a luz da Palavra de Deus ,os  documentos da igreja e seus direcionamentos, ousemos sim adentrar nesses assunto para não cairmos em tentação e no deixarmos conduzir pelas seduções mundanas que tentam abalar a nossa fé, pois estamos aqui para agradara a Deus ou aos homens (Gálatas 1,10) , mais que enraizados e edificados em Cristo possamos seguir firmes na fé (Col 2, 7) tema da última JMJ em Madri, indo e fazendo discípulos entre todos os povos e nações (Mat 28,19) tema JMJ-Rio 2013, assim sendo obedientes ao chamado de jovens discípulos missionários que o senhor faz a cada um de nós também nesse Ano de Jornada Mundial da Juventude que acontecerá entre os dias 23 e 28 de julho na Cidade do Rio de Janeiro .











Venham meus amigos!



Responsável: Ana Vitória (Coordenadora da Pj no Vicariato Norte)
Articuladores: Naná (Tesouraria PJ) e Absalan (Coordenador da PJ no Vicariato Leopoldina)
Fotos: Internet









quarta-feira, 1 de maio de 2013

A Juventude e as dores do mundo: A necessidade por políticas públicas e justiça social para os jovens


Gostaríamos de começar esse texto fazendo um questionamento a todos e todas: Quais são as dores de nossa juventude brasileira nos dias de hoje?

Todos os dias encontramos em nossas mídias jovens como modelo de beleza, saúde e vigor; no entanto também encontramos através de notícias, quase que diárias, a juventude com uma imagem violenta, descompromissada, desordeira, ligada às drogas ou viciada em sexo e prazer. Será essa a nossa juventude?

Se pudermos parar e refletir um pouco sobre a condição juvenil, vamos ver que na verdade a mídia e o sistema capitalista usam a juventude como fonte de lucro, ao mesmo tempo em que estigmatiza grande parte da mesma colocando-a como o ópio da sociedade. A partir do momento em que colocamos a juventude sendo o centro do problema, esquecemos tudo aquilo que tira sua vida e dignidade desde sua infância, como: baixa qualidade no sistema público de educação, a falta de saneamento básico nas favelas e periferias, falta de hospitais públicos de qualidade para atendimento à população carente, falta de cultura e lazer etc., assim é mais fácil denegrir e tirar os espaços dos jovens, atacando o “problema” e não a causa do mesmo.

Nesse sentindo a Pastoral da Juventude, junto a outros movimentos de mobilização juvenil, estão na luta pelo direito a vida da juventude que é violentada e exterminada a cada dia no Brasil, como nos mostra o mapa da violência no Brasil, e tantas outras pesquisas na área. O Brasil conta com 21 milhões de jovens meninos e meninas de 12 á 18 anos e destes 0,5% cometeram algum tipo delito em 2011 e enquanto os números nos apontam que a morte de crianças e adolescentes teve um aumento alarmante, só em 2010 foram 8.686 menores de idade assassinados, ou seja, 24 mortes por dia no Brasil.





A organização Mundial de Saúde diz que o Brasil é o 4º país que mais mata jovens e crianças, aqui são 13 mortes a cada 100 crianças, enquanto tem países como Inglaterra, Portugal, Espanha, Irlanda, Itália e Egito que não chegam nem a 0,2% para a mesma quantidade de crianças e adolescentes.
A partir do momento que atacamos os jovens como problema na sociedade, retomamos a discussão
sobre a redução da maioridade penal, que por sua vez não vem combater os problemas acima citados,
mas vem privar cada vez mais a juventude de seus direitos básicos e por sua vez também vem tirar a
vida da juventude já que não há de fato uma reinserção do jovem à sociedade. Abaixo um trecho da carta emitida pela CNBB em repudio à redução da maioridade penal:

“A CNBB entende que a proposta de redução da maioridade penal não soluciona o problema.
Importa ir a suas verdadeiras causas, que se encontram, sobretudo, na desagregação familiar, na falta
de oportunidades, nas desigualdades sociais, na insuficiência de políticas públicas sociais, na perda dosvalores éticos e religiosos, na banalização da vida e no recrutamento feito pelo narcotráfico.
Reafirma a CNBB que a redução da maioridade penal violenta e penaliza ainda mais adolescentes,
sobretudo os mais pobres, negros, moradores de periferias.”
Carta da CNBB em repúdio a redução da maioridade penal.



Lembremos também que os bispos do Brasil já haviam feito uma reflexão sobre a realidade juvenil em no documento de evangelização da juventude que nos diz o seguinte:
“Face à situação de extrema vulnerabilidade a que está submetida à imensa maioria dos jovens brasileiros,é necessária uma firme atuação de todos os segmentos da igreja no sentido de garantir o direito dos jovens a uma vida digna e ao pleno desenvolvimento de suas potencialidades. Isso se desdobra e concretiza no direito à educação, ao trabalho e à renda, à cultura e ao lazer, à segurança, à assistência social, à saúde e à participação social.” Doc 85 da CNBB.

Por isso a pastoral da juventude em seu processo de formação na fé, acredita que evangelizar a
juventude é também lutar por seu direito a vida como nos diz o evangelho de Jo 10,10 – “Eu vim para
que todos tenham vida e a tenham em abundância”, se queremos um mundo sem dores, sem jovens
envolvidos em situações de violências, se queremos acabar de fato com os menores infratores, é
preciso dar vida a esses jovens, garantindo-lhes direitos básicos e que tenham dignidade, pessoas de
possibilidades e potencialidades.



Temos a missão de ser e ajudar essa juventude a serem missionários, inquietos e solidários, construtores de uma terra sem males, onde o sol seja de todos e que o amor, a fraternidade e a paz seja um bem comum, nós queremos uma civilização do amor, onde o jovem tenha vez, voz e lugar, seja cidadão de direito e deveres e que juntos forme uma verdadeira nação democrática e um povo de fé!

Referências:
-Texto Base da CF 2013
http://www.cnbb.org.br/site/eventos/assembleia-geral/1867-cnbb-reafirma-posicao-contraria-a-reducao-
da-maioridade-penal
-Documento de evangelização da juventude - 85 da CNBB
-Material da PJ da arquidiocese de Mariana – MG
-Projeto Nacional A Juventude quer viver
-Campanha contra violência e extermínio de jovens

Por Leandro Mello ( Coordenador da PJ Vicariato Suburbano) e Felipe Eduardo (Coordenador da PJ Vicariato Jacarepaguá)

Link para modelo de encontro:
http://rapidshare.com/files/4208775291/Encontro%20A%20Juventude%20e%20as%20dores%20do%20mundo.doc

Links para músicas de reflexão:
Nova Civilização:
http://rapidshare.com/files/3996949743/10%20-%20nova%20civiliza%C3%A7%C3%A3o.mp3

Queremos ser jovens
http://rapidshare.com/files/3747073208/Queremos%20ser%20jovens.mp3

Juventude Missionária- Inquieta e Solidária
http://rapidshare.com/files/123986321/16%20-%20Juventude%20Mission%C3%A1ria%2C%20Inquieta%20e%20Solid%C3%A1ria.mp3