segunda-feira, 6 de maio de 2013

Sou Jovem, Sou Teu Anunciador: O seguimento a Jesus através da Pastoral da Juventude


O jovem – bem como todo cristão – é convidado a ser discípulo de Cristo.


O tema de hoje nos leva a refletir sobre o anúncio da Boa-Nova de Jesus, em que somos convidados, pelo batismo, a levar a palavra de Deus. E falando em chamado, vem à mente Isaías, que ainda jovem aceitou o convite do Senhor para ser Profeta em Israel.

Naquele tempo o povo passava por momentos de angústia frente à invasão da Assíria, que era grande potência na época, e precisava discernir os caminhos para enfrentar o que estava por vir. Parte do povo de Deus era infiel às Leis do Senhor: luxo, cobiça e injustiças eram cometidas pelo poder e ficava sob os panos de uma falsa piedade. Isaías tinha uma árdua missão vivendo sob esse contexto. Membro de uma aristocracia que acumulava riquezas em prejuízo do povo e celebrava um culto vazio, Isaías consegue ver as injustiças cometidas e a falta de fé de seu grupo. Então, ele assume suas fragilidades a Deus, que não o abandona. Pelo contrário, confia nele, apesar de sua fraqueza. Deus aposta em alguém em que ninguém apostaria: uma pessoa de lábios impuros, chamado a anunciar a Palavra profética, não só de denuncia e de correção de atitudes, mas também de esperança nos momentos difíceis. Sem medo, Isaías responde convicto: “Eis-me aqui, envia-me!”

Devemos, assim como Isaías, responder ao chamado de Deus, sem medo, alegres em poder anunciar a sua palavra, prontos para poder transmitir a fé que nos é dada. E esse último foi um pedido d’Aquele que deu a sua vida por nós. Vamos ao Evangelho de Mateus 28, aonde Cristo nos fala: “Portanto, ide e fazei discípulos entre todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que ordenei a vocês. Eis que eu estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo”. Partindo desses versículos, levantamos o seguinte questionamento: Como podemos responder a esse chamado? Por onde devemos começar? Esse é o convite que a Pastoral da Juventude faz a você!

Para que nós possamos amar mais a nossa Pastoral, é necessário que a conheçamos mais, e nos sintamos pertencentes a ela. A PJ tem seu início nos anos de 1970, época em que a Igreja vivia grandes expectativas e articulações. Os congressos do Conselho Episcopal Latino-Americano de Medellín e Puebla trouxeram novo ânimo para a ação pastoral com a juventude. Nesses encontros a Igreja demonstra sua preferência afetiva e efetiva pelos Jovens e Pobres. Em 1983, foi criado o Setor Juventude da CNBB, que acompanha as atividades da PJ e as relações com as congregações, movimentos juvenis e a diversidade de trabalhos realizados por outras iniciativas. Nesse mesmo ano foi realizado o 1º Encontro Nacional dos grupos de jovens, com enviados de vários cantos do país.

A PJ, no seu todo, foi valorizando e incluindo em sua caminhada novas experiências de trabalho com a juventude a partir de seu meio específico: juventude rural, juventude estudantil, juventude universitária e juventude dos meios populares – o que lhe foi exigindo uma nova forma de se articular e se organizar. Temos como principal ponto de articulação os grupos de base, onde o trabalho da juventude é transmitir a Boa-Nova de Cristo. Grupos que nos enchem de fraternidade e amor para o irmão, onde, juntos, podemos construir a Santa Igreja de Deus. Os encontros e assembleias tornaram-se momentos ricos em reflexões sobre o acompanhamento dos jovens para a vida em grupo, além de formar melhores cidadãos em busca da Civilização do Amor. 

A PJ está histórica e essencialmente inserida na dinâmica eclesial, contribuem para a missão e assumem aquilo que a Igreja do Brasil acredita, defende e promove com relação à evangelização da juventude e à construção do Reino. Acolhe as Diretrizes Gerais da Igreja (nacional, regional, diocesana) e as orientações do órgão responsável pela evangelização dos jovens nas instâncias em que se encontra.


Agora que já conhecemos a PJ, vamos refletir sobre nós mesmos. A juventude busca fazer parte de algum grupo, de se sentir acolhida, de estar num meio onde todos sejam iguais. Isso nos leva ao ponto da construção da identidade do jovem, que busca boas referências. O mesmo acontecia no Evangelho com aqueles que buscavam a Cristo e se tornaram seus discípulos. Meditando sobre isso pensamos: Existe modelo de vida melhor que o de Jesus Cristo? É o melhor que já pôde existir. Porém o mundo oferece tanta coisa que ficamos perplexos diante de tudo. O desafio para o jovem – assim como para todos os que aceitam Jesus como o caminho – é escutar a voz de Cristo em meio a tantas outras. Sabendo desse desafio, a Pastoral da Juventude vem para ajudar a escutar melhor o que Cristo tem para nós. Queremos que todos nós, jovens, sejamos comprometidos com a libertação individual e coletiva, resgatando a cidadania e o amor. Nos grupos de base é possível trabalhar a mensagem e o projeto de Jesus. A missão de ser seguidor e anunciador da Palavra é o que dá vida e sentido à PJ. Devemos dar testemunho de nossa fé, sendo participantes de nossas comunidades eclesiais, inspirados pela pessoa e proposta de Jesus Cristo com o vigor do Espírito Santo. 

A PJ assume, também, a sua opção evangélica pelos pobres e jovens. E como jovens, vamos ao encontro de todos eles nas diversas realidades, sendo sensíveis e solidários às suas dores e angústias, desejos e necessidades, alegrias, potencialidades e anseios. Queremos ser capazes de denunciar as situações de morte, anunciando e dando testemunho do Reino de Deus. Por isso, buscamos descobrir alternativas, propor ações concretas que respondam aos problemas que nós vivemos, procurando utilizar recursos, pedagogia e linguagem que contribuam para concretizar o plano da Civilização do Amor. E esse é um projeto feito por várias mãos.

Enquanto PJ, nós devemos ir ao encontro daqueles que buscam aquele “algo a mais” e mostrar que é possível ser completo com Jesus. Devemos anunciar com amor e zelo a sua vida. Nós podemos ser anunciadores na escola, na faculdade, no trabalho e, principalmente, dentro da nossa casa. É importante que o grupo tenha contato também com a família do jovem, principalmente nos momentos de desânimo e dificuldade. Fazer um encontro na casa do jovem, desperta nele e na família a alegria e a chama do Espírito Santo. Esse acaba sendo um jeito muito eficaz de anunciar o amor e a fraternidade. O grupo de PJ é, sobretudo, zeloso pela oração e pela santidade. Somos pequenos diante da tão grande oferta que Jesus fez por nós. Nos preocupamos com a importância da Eucaristia e da vida em Igreja. Somos Igreja Jovem! Isaías se preocupava com a Santidade de Deus, combatendo o luxo e a ostentação de uma sociedade que cultuava seus ídolos e não se curvava diante do Deus de Israel. Essa espiritualidade adotada pelo jovem profeta conduz, na atualidade, a uma fé que combate os ídolos presentes na sociedade contemporânea, que são representados pela inversão de valores, pela falta de amor ao mais necessitado, à condenação da vida, à falta de apoio aos jovens dentre tantas outras mazelas que nos afastam do caminho de Jesus. Que nós possamos buscar a intimidade com Jesus Eucarístico ao ponto de poder dizer: “Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim” – Gl 2, 20.


Outra face da Pastoral da Juventude é explorar a formação integral do jovem, preparando-o na sua totalidade. Para que a pessoa seja ética, comprometida, democrática, participativa; que saiba amar, conviver, relacionar-se, tenha fé, esperança e, principalmente seja feliz na vida com Cristo. A PJ quer possibilitar que a pessoa seja “plenamente aquilo a que é chamada”. Para isso, existem 5 dimensões para nossa formação:
  • A Personalização, onde fazemos uma autoavaliação, revisando quem somos e nossas limitações, buscando se superar e ter mudanças para um bom testemunho de vida. Trabalha com o conhecimento de si mesmo: interesses, aspirações, história, valores e sentimentos;

  • A capacidade de descobrir o outro e superar os bloqueios de comunicação fazem parte da Integração, que nos propõe conhecer o outro, gerar afeição e cooperação, confrontar ideias e dons. Aí estabelecemos nossos relacionamentos;

  • Evangelização é a caminhada que devemos dar para a educação da nossa fé, trabalhar nossa espiritualidade, ter as respostas para nossa existência, nossa vida sacramental. É sentir a presença de Deus na própria vida.

  • Onde estou? O que faço aqui? Essas perguntas são respondidas através da Conscientização, onde descobrimos o mundo, o que fazer, tendo em vista o senso crítico, capacidade de analisar e participar. A Conscientização nos leva ao compromisso com a Política, a Cidadania, com os Direitos Humanos, com a Defesa da Vida, do Trabalho, da Ecologia e com a participação de outros espaços de atuação.

  • E é através da Capacitação que aprendemos como fazer isso tudo. Preparando-se para a ação de planejar, executar, revisar, criar, encantar, festejar.




Todas essas dimensões são trabalhadas com arte, beleza, com o lúdico, a ecologia, a comunicação e a atuação em rede. O lugar privilegiado para se trabalhá-las é o Grupo Jovem. Um dos segredos, porém, está na maneira de como são conduzidos os encontros e assembleias. A grande sacada está em saber garantir em cada oração, reflexão e estudo, possibilidades para que os jovens possam viver essas dimensões. Assim, ele poderá pensar mais na sua função como jovem atuante e anunciador, para que tenha esperança e reforce a sua fé e que trabalhe sua potencialidade e dons. Temos que ser dinâmicos ao anunciar a Boa Nova da Ressurreição, ter amor nas palavras e um coração inflamado pelo Espírito Santo.


“Vale a pena viver dentro de nós, a palavra de Jesus e caminhar seguindo seus passos. Pedi ao Senhor que vos ajude a descobrir a sua vocação na vida e na Igreja. Vivam com alegria e fidelidade sabendo que Ele nunca nos abandona nem nos trai. Ele está conosco até o fim do mundo. Foi para esse momento da história, cheio de desafios e oportunidades que o Senhor nos mandou, para que graças à vossa fé, continue a ressoar a Boa Nova de Cristo para toda Terra”. (Bento XVI)




Texto: Elizaldo Junior (Coordenador da PJ Vicariato Oeste)
           Ruan Antônio (Coordenador da PJ Vicariato Suburbano)



Fontes Bibliográficas:
Bíblia;
Catecismo da Igreja Católica;
Documento 85 CNBB – Evangelização da Juventude;
Somos Igreja Jovem – Pastoral da Juventude: Um jeito de ser e fazer – Subsídeo de Estudo;
Texto-Base da Campanha da Fraternidade 2013.

Um comentário:

  1. Parabéns Juninho, que Deus te abençoe meu querido irmãozinho, que a sua vida e sua juventude seja entregue sempre e cada dia mais ao Senhor das nossas vidas!!! Que a Rainha da Paz te cubra com seu Manto Santo e te proteja de todos os males, super beijooooooooo!

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