O jovem – bem como todo cristão – é convidado a ser discípulo de Cristo.
O tema de hoje nos leva a refletir sobre o anúncio da Boa-Nova de Jesus, em que somos convidados, pelo batismo, a levar a palavra de Deus. E falando em chamado, vem à mente Isaías, que ainda jovem aceitou o convite do Senhor para ser Profeta em Israel.
Naquele tempo o povo passava por momentos de angústia frente à invasão da Assíria, que era grande potência na época, e precisava discernir os caminhos para enfrentar o que estava por vir. Parte do povo de Deus era infiel às Leis do Senhor: luxo, cobiça e injustiças eram cometidas pelo poder e ficava sob os panos de uma falsa piedade. Isaías tinha uma árdua missão vivendo sob esse contexto. Membro de uma aristocracia que acumulava riquezas em prejuízo do povo e celebrava um culto vazio, Isaías consegue ver as injustiças cometidas e a falta de fé de seu grupo. Então, ele assume suas fragilidades a Deus, que não o abandona. Pelo contrário, confia nele, apesar de sua fraqueza. Deus aposta em alguém em que ninguém apostaria: uma pessoa de lábios impuros, chamado a anunciar a Palavra profética, não só de denuncia e de correção de atitudes, mas também de esperança nos momentos difíceis. Sem medo, Isaías responde convicto: “Eis-me aqui, envia-me!”

Para que nós possamos amar mais a nossa Pastoral, é necessário que a conheçamos mais, e nos sintamos pertencentes a ela. A PJ tem seu início nos anos de 1970, época em que a Igreja vivia grandes expectativas e articulações. Os congressos do Conselho Episcopal Latino-Americano de Medellín e Puebla trouxeram novo ânimo para a ação pastoral com a juventude. Nesses encontros a Igreja demonstra sua preferência afetiva e efetiva pelos Jovens e Pobres. Em 1983, foi criado o Setor Juventude da CNBB, que acompanha as atividades da PJ e as relações com as congregações, movimentos juvenis e a diversidade de trabalhos realizados por outras iniciativas. Nesse mesmo ano foi realizado o 1º Encontro Nacional dos grupos de jovens, com enviados de vários cantos do país.
A PJ, no seu todo, foi valorizando e incluindo em sua caminhada novas experiências de trabalho com a juventude a partir de seu meio específico: juventude rural, juventude estudantil, juventude universitária e juventude dos meios populares – o que lhe foi exigindo uma nova forma de se articular e se organizar. Temos como principal ponto de articulação os grupos de base, onde o trabalho da juventude é transmitir a Boa-Nova de Cristo. Grupos que nos enchem de fraternidade e amor para o irmão, onde, juntos, podemos construir a Santa Igreja de Deus. Os encontros e assembleias tornaram-se momentos ricos em reflexões sobre o acompanhamento dos jovens para a vida em grupo, além de formar melhores cidadãos em busca da Civilização do Amor.
A PJ está histórica e essencialmente inserida na dinâmica eclesial, contribuem para a missão e assumem aquilo que a Igreja do Brasil acredita, defende e promove com relação à evangelização da juventude e à construção do Reino. Acolhe as Diretrizes Gerais da Igreja (nacional, regional, diocesana) e as orientações do órgão responsável pela evangelização dos jovens nas instâncias em que se encontra.

A PJ assume, também, a sua opção evangélica pelos pobres e jovens. E como jovens, vamos ao encontro de todos eles nas diversas realidades, sendo sensíveis e solidários às suas dores e angústias, desejos e necessidades, alegrias, potencialidades e anseios. Queremos ser capazes de denunciar as situações de morte, anunciando e dando testemunho do Reino de Deus. Por isso, buscamos descobrir alternativas, propor ações concretas que respondam aos problemas que nós vivemos, procurando utilizar recursos, pedagogia e linguagem que contribuam para concretizar o plano da Civilização do Amor. E esse é um projeto feito por várias mãos.
Enquanto PJ, nós devemos ir ao encontro daqueles que buscam aquele “algo a mais” e mostrar que é possível ser completo com Jesus. Devemos anunciar com amor e zelo a sua vida. Nós podemos ser anunciadores na escola, na faculdade, no trabalho e, principalmente, dentro da nossa casa. É importante que o grupo tenha contato também com a família do jovem, principalmente nos momentos de desânimo e dificuldade. Fazer um encontro na casa do jovem, desperta nele e na família a alegria e a chama do Espírito Santo. Esse acaba sendo um jeito muito eficaz de anunciar o amor e a fraternidade. O grupo de PJ é, sobretudo, zeloso pela oração e pela santidade. Somos pequenos diante da tão grande oferta que Jesus fez por nós. Nos preocupamos com a importância da Eucaristia e da vida em Igreja. Somos Igreja Jovem! Isaías se preocupava com a Santidade de Deus, combatendo o luxo e a ostentação de uma sociedade que cultuava seus ídolos e não se curvava diante do Deus de Israel. Essa espiritualidade adotada pelo jovem profeta conduz, na atualidade, a uma fé que combate os ídolos presentes na sociedade contemporânea, que são representados pela inversão de valores, pela falta de amor ao mais necessitado, à condenação da vida, à falta de apoio aos jovens dentre tantas outras mazelas que nos afastam do caminho de Jesus. Que nós possamos buscar a intimidade com Jesus Eucarístico ao ponto de poder dizer: “Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim” – Gl 2, 20.
Outra face da Pastoral da Juventude é explorar a formação integral do jovem, preparando-o na sua totalidade. Para que a pessoa seja ética, comprometida, democrática, participativa; que saiba amar, conviver, relacionar-se, tenha fé, esperança e, principalmente seja feliz na vida com Cristo. A PJ quer possibilitar que a pessoa seja “plenamente aquilo a que é chamada”. Para isso, existem 5 dimensões para nossa formação:
- A Personalização, onde fazemos uma autoavaliação, revisando quem somos e nossas limitações, buscando se superar e ter mudanças para um bom testemunho de vida. Trabalha com o conhecimento de si mesmo: interesses, aspirações, história, valores e sentimentos;
- A capacidade de descobrir o outro e superar os bloqueios de comunicação fazem parte da Integração, que nos propõe conhecer o outro, gerar afeição e cooperação, confrontar ideias e dons. Aí estabelecemos nossos relacionamentos;
- Evangelização é a caminhada que devemos dar para a educação da nossa fé, trabalhar nossa espiritualidade, ter as respostas para nossa existência, nossa vida sacramental. É sentir a presença de Deus na própria vida.
- Onde estou? O que faço aqui? Essas perguntas são respondidas através da Conscientização, onde descobrimos o mundo, o que fazer, tendo em vista o senso crítico, capacidade de analisar e participar. A Conscientização nos leva ao compromisso com a Política, a Cidadania, com os Direitos Humanos, com a Defesa da Vida, do Trabalho, da Ecologia e com a participação de outros espaços de atuação.
- E é através da Capacitação que aprendemos como fazer isso tudo. Preparando-se para a ação de planejar, executar, revisar, criar, encantar, festejar.
“Vale a pena viver dentro de nós, a palavra de Jesus e caminhar seguindo seus passos. Pedi ao Senhor que vos ajude a descobrir a sua vocação na vida e na Igreja. Vivam com alegria e fidelidade sabendo que Ele nunca nos abandona nem nos trai. Ele está conosco até o fim do mundo. Foi para esse momento da história, cheio de desafios e oportunidades que o Senhor nos mandou, para que graças à vossa fé, continue a ressoar a Boa Nova de Cristo para toda Terra”. (Bento XVI)
Texto: Elizaldo Junior (Coordenador da PJ Vicariato Oeste)
Ruan Antônio (Coordenador da PJ Vicariato Suburbano)
Fontes Bibliográficas:
Bíblia;
Catecismo da Igreja Católica;
Documento 85 CNBB – Evangelização da Juventude;
Somos Igreja Jovem – Pastoral da Juventude: Um jeito de ser e fazer – Subsídeo de Estudo;
Texto-Base da Campanha da Fraternidade 2013.
Parabéns Juninho, que Deus te abençoe meu querido irmãozinho, que a sua vida e sua juventude seja entregue sempre e cada dia mais ao Senhor das nossas vidas!!! Que a Rainha da Paz te cubra com seu Manto Santo e te proteja de todos os males, super beijooooooooo!
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