sexta-feira, 3 de maio de 2013

Afetividade e sexualidade: o lugar de fala do jovem católico


 “O amor autêntico não tem um sentimento vago ou uma paixão cega. É uma atitude interior que envolve todo o ser humano, que olha para os outros para não usá-los, mas para servi-los. Em uma palavra, amor é o dom de si.” (João Paulo II)




Jovem, qual é a sua primeira atitude quando quer saber mais sobre algum assunto? Muito provavelmente você respondeu: coloco no Google. Podemos aqui começar a nossa conversa com a curiosa informação de que a primeira palavra mais procurada no Google é sexo e a segunda mais procurada é Deus. Será que há algum sentindo, algum elo entre isso? Claro que sim! Quando entendemos a nossa sexualidade, nossa espiritualidade passa a fazer mais sentido.  Não, Deus não ia querer que vivêssemos a castidade se isso fosse injusto. O que nos falta muitas vezes é buscar compreender as razões ao invés de questionar as regras e largar a fé.  O Papa João Paulo II (1920-2005) dedicou 129 pronunciamentos nas suas audiências públicas das quartas-feiras para falar sobre o corpo humano e a sexualidade a estes ensinamentos chamamos de Teologia do Corpo. Ela explora o significado do corpo e dos desejos sexuais e como eles estão relacionados à razão da nossa existência, explicando as razões que existem atrás das regras.

A banalização da sexualidade salta aos nossos olhos cada vez mais rápido e nos faz questionar o que leva alguém a se expor de tal maneira. Temos que entender que a informação hoje nos chega muito mais rápido e numa proporção muito maior que anos atrás. Globalização, interatividade, conectividade: tremenda revolução na história, nas relações sociais. Cada vez mais, o ser humano tem acesso a certas informações sem o mínimo de controle e critério. O que atrás era tido como coisa inocente e infalável, hoje é tida como uma mera normalidade entre os jovens. Como agem os pais sobre isso? Há diálogo. É preciso abrir o jogo, temos que falar abertamente e entender o que podemos ou não e qual o significado dessas propostas em nossas vidas.

O que nossa mente tem são dúvidas e indagações: Quem sou eu? Onde estou? Qual o sentindo da minha vida?  E você tem a certeza de que essas são as respostas: eu sou um filho de Deus que estou no mundo criado por Ele e o sentido dasua minha é encontrar a verdadeira fonte de amor: Deus! Deus sonhou e pensou em cada detalhe do mundo, e nesse projeto Deus nos fez homens e mulheres com corpo e alma. A nossa sexualidade é um presente de Deus. O problema atual é a distorção no mundo desse presente que Deus nos concedeu. João Paulo II colocava que o coração é um campo de batalha entre o amor e a luxúria, sendo a luxúria um desejo completamente egoísta de usar o outro para a própria satisfação.




Nessa busca é a nossa felicidade que está em jogo. Por isso não devemos nos distrair. No inicio da Sagrada Escritura, em Gênesis1, lemos que Deus é Amor e que Ele nos fez a sua imagem e semelhança. Logo nós somos criação do amor mais puro. Nós, homens e mulheres, fomos projetados para Amar. É por isso que em Gênesis ao criar a mulher Deus fala:”Não é bom que o homem esteja só.” (Gen 1, 18). Constituído a imagem e semelhança de Deus, homens e mulheres só descobrem a verdadeira identidade ao se doarem sinceramente para o outro. A totalidade de experimentação desse dom acontece no matrimonio ou na vida celibatária, pois ambos representam o casamento de Cristo com sua Igreja. Segundo João Paulo II a sacramental idade do corpo é que somente o nosso corpo pode fazer visível o invisível. Nosso corpo, criação de Deus, é capaz de transbordar para o mundo o mistério de Deus. Nosso corpo faz a graça de Deus materialmente visível, logo todos os nossos desejos devem ser direcionados parao verdadeiro amor. Nosso corpo é sagrado. Só que quantas vezes muitos Jovens perdem a noção dessa sacralidade e vivem relações carnais? E continuam vivendo, buscando algo que parecem nunca encontrar... Que sede é essa? Que busca é essa? Eles buscam AMAR e serem AMADOS... Só que essa sede só consegue ser saciada quando nos tornamos o que devemos ser: imagem e semelhança de Deus, de Deus que é Amor. Fomos criados pela VERDADE e muitas vezes deixamos nos levar pela inconstância dos sentimentos e largamos um “eu quero ser feliz”, e sedemos, mas só a Verdade nos leva a felicidade. A verdade é constante, é imutável.

Somos o tempo todo, desde crianças, bombardeados por mensagens sexuais, mesmo antes de entender nosso corpo e muito menos o que é sexo. O desejo sexual não é apenas uma reação hormonal do nosso corpo, o desejo sexual é um dom de Deus colocado em nossos corações para que pudéssemos unir uns aos outros, para que busquemos as raízes mais profundas: a beleza do outro criado a imagem e semelhança de Deus. Deus nos fez homens e mulheres para que aprendêssemos a fazer do nosso ser um dom total ao outro. A união entre homem e mulher foi projetada para o matrimônio, que é uma prefiguração da união que, finalmente, satisfará todos os nossos desejos: a união com Deus no paraíso. Em outras palavras, os nossos desejos de nos unirmos aos outros são muito bons, mas devemos respeitá-los e aprender a canalizá-los para atingirmos o amor genuíno. Quantas vezes você pensou estar completamente apaixonado e tudo foi por alga a abaixo? O Amor não é apenas um sentimento vinculado a emoção, segundo João Paulo II (em seu livro Amor e Responsabilidade): “o amor é um ato de vontade que consiste em preferir, de modo constante, o bem dos outros ao seu próprio bem.” Ou seja, não é a intensidade da emoção que vai medir o tamanho do amor. Amar é doar-se! Não é usar para o próprio prazer. Amar é decisão.

Agora perguntamos: será que é correto fazer algo que eu não posso contar e narrar em voz alta? Algo que eu tenho medo que alguém descubra? Pode até parecer legal aquela relação sexual que você mantém, tem horas que você até acha um pouco divertido... Mas por que ninguém pode saber? Alguém, algo dentro de você diz que esse não é o caminho... Se fomos feitos pela Verdade como ter vergonha do que fazemos? Isso realmente deixa você feliz? Então se o desejo da Verdade, do Deus que conosco sonhou e nos constituiu é a castidade, temos que buscá-la para sermos felizes. Mas... O que é exatamente a castidade e por que ela traz felicidade? A castidade é uma virtude. Uma virtude são hábitos que nos conduzem a realizar aquilo que é bom. (e Deus é bom, e tudo o que Ele criou é muito bom). A castidade está subordinada a virtude cardeal do autodomínio ou da temperança. A castidade é a maneira de aprendermos a amar do jeito certo e não apenas uma forma de controlarmos os nossos desejos. Castidade como o mundo prega não é reprimir os nossos desejos e trancá-los de uma forma que sempre pareçam que vão explodir. O convite a vida em castidade é uma proposta de Deus para levarmos por meio da força de nossos desejos o outro a verdadeira experiência do amor. A castidade deve ser vivida como uma entrega de amor ao outro, e é esta doação, que é fruto da Verdade que nos criou que levará a verdadeira felicidade. A castidade é um exercício de quem decide amar para escolher o bem.

Deus te ama, Cristo na cruz deu a vida por cada um de nós. E você? Dá a vida pelo seu namorado, por sua namorada?  Segue o mandamento que diz “Amai-vos uns aos outros como eu vós amei”?  Quando um casal de namorados se recusa a viver a castidade, mesmo que em comum acordo, estão se usando mutuamente (e segundo João Paulo II o posto de amar é usar e não odiar). Estão se recusando a sacrificar-se um pelo outro, assim como Cristo se sacrificou por nós através da própria vida. A castidade jamais pode separar um casal como muitos pensam, ela é o caminho e a proposta do verdadeiro amor, ela nos leva a amar de verdade, ela nos ensina amar. O ato sexual não é capaz disso. Viver a castidade no namoro nos ensina a descobrir a verdadeira beleza do nosso companheiro / companheira, sonhado e criado por Deus para amar e ser amado. Ensina-nos a ter autodomínio de nossos desejos. Ensina-nos que os desejos e fogos da carne são controláveis para o verdadeiro amor. Por isso, o casal de namorados que decide viver a castidade, quando estiver mais velhos e casados saberão melhor controlar as tentações de novos homens e mulheres que possam aparecer aguçando desejos sexuais. Saberão controlar-se, pois ainda quando novos descobriram por meio da castidade a beleza do outro, porque aprenderam que o ato sexual (oferecido banalmente por muitos) é um dom de Deus vivido pelo matrimônio para aqueles que se dispuseram a viver a Verdade e encontram o amor mais puro para o qual foram criados e chamados a viver.

Quanto ao matrimônio, São Paulo pede para o casal suportar um ao outro, amando mutuamente e perdoando. O marido deve amar sua mulher assim como seu corpo, pois o homem que ama sua mulher, ama-se a si mesmo. E Jesus é bem claro como descrito no Evangelho de São Mateus e diz “que o homem deixará sua casa e se unirá a sua mulher e os dois formarão uma só carne”. Palavras tão belas e fortes como essas ainda ecoam nos corações de muitos casais, jovens ou não, e são um estímulo para viver um casamento sadio e de respeito. Mas, infelizmente, ainda vemos o adultério, o morar junto para a vida toda sem o matrimônio, casais que se separam logo após o casamento e tantas outras coisas

Assim, pode-se concluir da maneira como trata o texto base da CF 2013 que “nesse contexto de transformações, o sistema econômico neoliberal,hegemônico nas economias industrializadas, submete o processo de produção a muitas cobranças e a uma árdua competição.Essa mentalidade se reproduz no mundo pessoal e faça lógica da graça soar particularmente estranha no horizonte das relações interpessoais. Assim, presenciamos, especialmente entre os jovens, a consolidação de uma afetividade autônoma e narcisista que dificulta o estabelecimento de relações estáveis e compromissadas, como a abertura às interpelações do outro, fonte básica da eticidade”.

Jovem, a Pastoral da Juventude tem um projeto chamado Tecendo Relações que tem entre os seus propósitos conscientizar os jovens para que viverem verdadeiras relações sociais baseadas no amor, defendendo a castidade, o namoro santo e a construção do projeto de vida. Se você deseja saber mais sobre o assunto ou quer realizar uma partilha entre um grupo de jovens com essas temáticas, entre em contato, estamos a disposição. Em agosto teremos um curso de formação, fique atento ao blog e a funpage da PJ Rio no face.

 “A castidade é uma questão difícil e que trabalha a longo prazo; é preciso paciência para colher seus frutos, que trarão a alegria de um amor cheio de gentileza. Mas, ao mesmo tempo, a castidade é o caminho certo para a felicidade.” (João Paulo II)



Texto: Aline Pessôa (Coordenadora da PJ no Vicariato Leopoldina)
          Ariel Carvalho (Coordenador da PJ no Vicariato Urbano)
Imagens: Internet



Referências:
Audiências Papa João Paulo II – Teologia do corpo (disponível em www.vatican.va)
JOÃO PAULO II. Amor e Responsabilidade.
BUTLE, Brian e EVERT, Jason e Crystalina. Theology of Body for Teens.






quinta-feira, 2 de maio de 2013

O ano da fé e a juventude nas sagradas escrituras




É eminente e bem claro a confiança que Deus sempre esteve depositando na juventude, o chamado a viver a radicalidade do amor, a entrega e doação ao próximo, é algo que vem de encontro a nossa realidade de forma muito real e nos exige respostas concretas; tal desejo de responder a esse amor, somos impulsionados e encorajados a professar a nossa fé em todo tempo e lugar, mais agente só pode oferecer daquilo que temos.

É o próprio Deus apostando e confiando a mim e a você um sonho de mudança , transformação em nossa sociedade,que todos tenham o conhecimento da verdade e experimentem desse amor incondicional de Deus.

Quem nunca pensou em mudar o mundo? Fazer algo que fosse capaz de acabar com a fome, injustiça, guerras e mortes... Pois bem segue abaixo exemplo de jovens corajosos que aceitaram o desafio marcaram a história, optaram de viver em fé não buscando glorias para si mesmos, mais em todo tempo exaltar ao nosso Deus.




Nasceu no Chile, em 1891. Aos 10 anos,recebeu sua Primeira Comunhão e, a partir desse momento, fez o propósito de amar a Deus com todas as forças. Empenhou-se por tornar Jesus conhecido e por reparar as ofensas contra Ele.Ofereceu a vida em troca da conversão de sua mãe que estava em situação de pecado. Foi tomada por uma grande enfermidade e chamada a à presença de Deus aos 12 anos. É considerada “Mártir da Pureza”.




 
Davi é o filho mais jovem de Jessé. Foi o escolhido para ser ungido rei de Israel (cf. 1Sm 16,1-13). Mesmo desacreditado por ser jovem (cf. 1Sm 17,31-33.42), mostrou inteligência, vontade e coragem para enfrentar Golias (cf. 1Sm 17). Representa o povo fraco e oprimido na construção de um reinado marcado pelo crescimento e pela felicidade de sua nação.






Maria de Nazaré é a jovem que recebe um papel fundamental na História da Salvação, apresentando-se com fé, obediência, coragem e liderança. Prometida em casamento a José, aceita a proposta de Deus para ser a Mãe de seu Filho (cf. Lc 1,26-38). O seu “Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra”


(Lc 1,38), transformou-lhe a vida e a história da humanidade.Atravessa as montanhas de Judá para ajudar Isabel e proclama o Magnificat, consciente da situação política, cultural e religiosa de seu tempo, assumindo com coragem sua missão.




Adentrando ao nosso contexto atual, a igreja mais uma vez proclama o Ano da Fé, esse uma vez vivenciado no ano de 1967( SEC. XX) através do Papa PIO VI em comemoração do 19º centenário do martírio de S. Pedro e S. Paulo, Pedro um homem que teve entregue as chave da igreja, mesmo tendo negado ao Cristo diante de uma situação difícil e Paulo que achava certo tudo o que fazia, até ter vivenciado uma experiência a caminho de Damasco, na qual teve sua vida completamente transformada de tal forma que o levou a seguir um novo rumo com um novo sentido e respirar de viver.

Naquela época a proposta da a igreja estava com o intuito de “retomar a exata consciência da fé :para reavivar, purificar, confirmar, confessar a fé”.

No nosso cenário atual, o nosso Papa Emérito Bento XVI, em meio a tantas crises de fé, nos fala , da perda do sentido religioso , que constitui o maior desafio para os dias de hoje na Igreja ...

“Será um momento de graça e de compromisso para uma conversão a Deus cada vez mais completa, para fortalecer a nossa fé nele e para O anunciar com alegria ao homem do nosso tempo”.Bento XVI

Um Ano da Fé proclamado, nos apresenta diversas oportunidade para exercitarmos e assumirmos a nossa postura de Cristão. É parecido com pedir paciência a Deus, ele irá lhe proporcionar situações para você exercitar esse desejo de ser paciente.




Uma conversão diária, na luta pela santidade, pois esse é o desejo e escolha de Deus para mim e para você ( Efésios 1,5) e  para mostrar que é possível viver a luz da Palavra de Deus, as primícias do Evangelho temos vários exemplos de jovens no Antigo testamento , no Novo Testamento e até  jovens que mesmos não estando relatados na sagrada escritura  estiveram ou estão  próximos de cada um de nós, para nos ajudar a reconhecer que quando estamos com os olhos fixo no Cristo fica bem mais fácil, carregar a cruz.

Se faz necessário não somente conhecer , mais vivenciar , experimentar, testemunhar, fazer valer a pena.

E com isso Paulo nos aponta no livro de Romanos um caminho para a fé que é  o ouvir, ouvir não de qualquer lugar, qualquer fonte, mais o ouvir da pregação da Palavra de Deus , palavra essa que transforma , cura, renova a minha e a sua vida. (Rm 10:17 ), sem nos esquecermos também da citação de São francisco de Assis sobre a evangelização ser em todo o tempo e lugar através da vida, se necessário usar as palavra, pois a sua vida talvez seja o único evangelho que uma pessoa possa veja; digo isso porque uma vez escutei um jovem dizer que as palavra convence mais o testemunho arrasta, daí a importância de termos nossos olhos mirados a todos instante no Cristo, para não cairmos nas frustrações de confiarmos em homens ( Jeremias 17,5) ), e sim naquele é o autor e consumador da nossa Fé ( Hebreus 12,1b).

Palavra essa que uma vez proferida não volta vazia, mais produz o seu efeito ( Isaías 55,11), efeito como uma flecha que quer atingir o nosso coração, efeito que gera desejo de conversão, metanoia para ai sim  não vivemos nos achismos e relativização da fé,  mais continuarmos abraçando e  buscando em fontes seguras aquilo que vai verdadeiramente  nos alimentar; o próprio Cristo,pois seremos tentados e testados, mas se permanecermos na rocha resistiremos pelo amor.Pois o homem está ainda que não perceba, cada vez mais sedento de Deus sedento de sua palavra, até porque esse desejo de buscá-lo, é o próprio Deus quem coloca em nossos corações.

Para nos ajudar ainda mais nossa amada Igreja, rica em tradição e cultura vem com um presente gerado do coração de Deus para toda a juventude, inspirado por Bento XVI, o  Catecismo da Igreja Católica para os jovens (You Cat ), com uma linguagem especial para  a juventude e que vai nos ajudar a conhecer mais sobre a nossa igreja e nos capacitar a  responder os questionamentos que vem de encontro a nossa fé sobretudo nesse século, onde aquilo que é o certo, ainda que pareça lógico, se tenta de vários  modos ofuscar ,distorcer, banalizar aquilo que é o verdadeiro e inegociável.

O YouCat que é um tesouro, é indispensável para os grupo de jovens, observo o quão os jovens tem medo de tratar de determinados assuntos em suas reuniões, para não causar polêmicas, ou perder jovens, faço um apelo  que a luz da Palavra de Deus ,os  documentos da igreja e seus direcionamentos, ousemos sim adentrar nesses assunto para não cairmos em tentação e no deixarmos conduzir pelas seduções mundanas que tentam abalar a nossa fé, pois estamos aqui para agradara a Deus ou aos homens (Gálatas 1,10) , mais que enraizados e edificados em Cristo possamos seguir firmes na fé (Col 2, 7) tema da última JMJ em Madri, indo e fazendo discípulos entre todos os povos e nações (Mat 28,19) tema JMJ-Rio 2013, assim sendo obedientes ao chamado de jovens discípulos missionários que o senhor faz a cada um de nós também nesse Ano de Jornada Mundial da Juventude que acontecerá entre os dias 23 e 28 de julho na Cidade do Rio de Janeiro .











Venham meus amigos!



Responsável: Ana Vitória (Coordenadora da Pj no Vicariato Norte)
Articuladores: Naná (Tesouraria PJ) e Absalan (Coordenador da PJ no Vicariato Leopoldina)
Fotos: Internet









quarta-feira, 1 de maio de 2013

A Juventude e as dores do mundo: A necessidade por políticas públicas e justiça social para os jovens


Gostaríamos de começar esse texto fazendo um questionamento a todos e todas: Quais são as dores de nossa juventude brasileira nos dias de hoje?

Todos os dias encontramos em nossas mídias jovens como modelo de beleza, saúde e vigor; no entanto também encontramos através de notícias, quase que diárias, a juventude com uma imagem violenta, descompromissada, desordeira, ligada às drogas ou viciada em sexo e prazer. Será essa a nossa juventude?

Se pudermos parar e refletir um pouco sobre a condição juvenil, vamos ver que na verdade a mídia e o sistema capitalista usam a juventude como fonte de lucro, ao mesmo tempo em que estigmatiza grande parte da mesma colocando-a como o ópio da sociedade. A partir do momento em que colocamos a juventude sendo o centro do problema, esquecemos tudo aquilo que tira sua vida e dignidade desde sua infância, como: baixa qualidade no sistema público de educação, a falta de saneamento básico nas favelas e periferias, falta de hospitais públicos de qualidade para atendimento à população carente, falta de cultura e lazer etc., assim é mais fácil denegrir e tirar os espaços dos jovens, atacando o “problema” e não a causa do mesmo.

Nesse sentindo a Pastoral da Juventude, junto a outros movimentos de mobilização juvenil, estão na luta pelo direito a vida da juventude que é violentada e exterminada a cada dia no Brasil, como nos mostra o mapa da violência no Brasil, e tantas outras pesquisas na área. O Brasil conta com 21 milhões de jovens meninos e meninas de 12 á 18 anos e destes 0,5% cometeram algum tipo delito em 2011 e enquanto os números nos apontam que a morte de crianças e adolescentes teve um aumento alarmante, só em 2010 foram 8.686 menores de idade assassinados, ou seja, 24 mortes por dia no Brasil.





A organização Mundial de Saúde diz que o Brasil é o 4º país que mais mata jovens e crianças, aqui são 13 mortes a cada 100 crianças, enquanto tem países como Inglaterra, Portugal, Espanha, Irlanda, Itália e Egito que não chegam nem a 0,2% para a mesma quantidade de crianças e adolescentes.
A partir do momento que atacamos os jovens como problema na sociedade, retomamos a discussão
sobre a redução da maioridade penal, que por sua vez não vem combater os problemas acima citados,
mas vem privar cada vez mais a juventude de seus direitos básicos e por sua vez também vem tirar a
vida da juventude já que não há de fato uma reinserção do jovem à sociedade. Abaixo um trecho da carta emitida pela CNBB em repudio à redução da maioridade penal:

“A CNBB entende que a proposta de redução da maioridade penal não soluciona o problema.
Importa ir a suas verdadeiras causas, que se encontram, sobretudo, na desagregação familiar, na falta
de oportunidades, nas desigualdades sociais, na insuficiência de políticas públicas sociais, na perda dosvalores éticos e religiosos, na banalização da vida e no recrutamento feito pelo narcotráfico.
Reafirma a CNBB que a redução da maioridade penal violenta e penaliza ainda mais adolescentes,
sobretudo os mais pobres, negros, moradores de periferias.”
Carta da CNBB em repúdio a redução da maioridade penal.



Lembremos também que os bispos do Brasil já haviam feito uma reflexão sobre a realidade juvenil em no documento de evangelização da juventude que nos diz o seguinte:
“Face à situação de extrema vulnerabilidade a que está submetida à imensa maioria dos jovens brasileiros,é necessária uma firme atuação de todos os segmentos da igreja no sentido de garantir o direito dos jovens a uma vida digna e ao pleno desenvolvimento de suas potencialidades. Isso se desdobra e concretiza no direito à educação, ao trabalho e à renda, à cultura e ao lazer, à segurança, à assistência social, à saúde e à participação social.” Doc 85 da CNBB.

Por isso a pastoral da juventude em seu processo de formação na fé, acredita que evangelizar a
juventude é também lutar por seu direito a vida como nos diz o evangelho de Jo 10,10 – “Eu vim para
que todos tenham vida e a tenham em abundância”, se queremos um mundo sem dores, sem jovens
envolvidos em situações de violências, se queremos acabar de fato com os menores infratores, é
preciso dar vida a esses jovens, garantindo-lhes direitos básicos e que tenham dignidade, pessoas de
possibilidades e potencialidades.



Temos a missão de ser e ajudar essa juventude a serem missionários, inquietos e solidários, construtores de uma terra sem males, onde o sol seja de todos e que o amor, a fraternidade e a paz seja um bem comum, nós queremos uma civilização do amor, onde o jovem tenha vez, voz e lugar, seja cidadão de direito e deveres e que juntos forme uma verdadeira nação democrática e um povo de fé!

Referências:
-Texto Base da CF 2013
http://www.cnbb.org.br/site/eventos/assembleia-geral/1867-cnbb-reafirma-posicao-contraria-a-reducao-
da-maioridade-penal
-Documento de evangelização da juventude - 85 da CNBB
-Material da PJ da arquidiocese de Mariana – MG
-Projeto Nacional A Juventude quer viver
-Campanha contra violência e extermínio de jovens

Por Leandro Mello ( Coordenador da PJ Vicariato Suburbano) e Felipe Eduardo (Coordenador da PJ Vicariato Jacarepaguá)

Link para modelo de encontro:
http://rapidshare.com/files/4208775291/Encontro%20A%20Juventude%20e%20as%20dores%20do%20mundo.doc

Links para músicas de reflexão:
Nova Civilização:
http://rapidshare.com/files/3996949743/10%20-%20nova%20civiliza%C3%A7%C3%A3o.mp3

Queremos ser jovens
http://rapidshare.com/files/3747073208/Queremos%20ser%20jovens.mp3

Juventude Missionária- Inquieta e Solidária
http://rapidshare.com/files/123986321/16%20-%20Juventude%20Mission%C3%A1ria%2C%20Inquieta%20e%20Solid%C3%A1ria.mp3