Só uma juventude organizada será uma juventude forte[1]
Pastoral da Juventude e a Jornada de Lutas da Juventude Brasileira
O ano de 2013 é histórico para a juventude organizada nos mais diversos movimentos populares do Brasil. Dezenas de entidades juvenis ligadas aos mais diversos movimentos sociais, estudantis, dos/as trabalhadores/as, do campo, da cidade, entidades de classe, sindicatos, partidos políticos, grupos culturais e religiosos se organizam para lutar pelos direitos da juventude. A atividade chamada de Jornada de Lutas da Juventude Brasileira, acontece de 25 de março à 5 de abril, sendo marcada por muita luta e mobilização da juventude nas ruas de todo o Brasil.
É um marco histórico e inédito pois, pela primeira vez, acontece uma unidade de movimentos juvenis unindo as principais bandeiras e reivindicações dos/as jovens brasileiros/as. Os eixos principais são: o aumento de investimentos públicos para educação brasileira; trabalho decente para a juventude; reforma política; democratização da comunicação e o combate ao extermínio e violência contra a juventude negra.
Debater estes temas, é falar sobre a vida da juventude brasileira e o papel do estado. Dessa forma, fazemos sintonia com a 5ª Semana Social Brasileira promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que quer debater “Um novo Estado, caminho para uma nova sociedade do bem viver”, onde nos questionamos: “a serviço de quem está o Estado e os poderes políticos de nossa nação?”. As instituições políticas que temos colaboram muito pouco na concretização de conquistas do povo brasileiro. É preciso grandes mudanças estruturais que coloquem o poder público realmente a serviço da população brasileira.
A história já nos mostrou que grandes mudanças na sociedade só acontecem com muita luta e organização popular e em muitas delas a Igreja teve papel fundamental. A mudança só acontece pela luta organizada e pressão popular. Fazer assistencialismo, votar no dia das eleições, enfrentar a corrupção é só um primeiro passo. Mudanças profundas de verdade só acontecerão com a reforma do sistema político. Devemos ser fiéis ao projeto de Jesus Cristo que nos envia em missão para que todos/as tenham vida e vida em abundância (Jo 10, 10). Isso significa compromisso na defesa dos/as excluídos/as. Devemos ser protagonistas na construção de um mundo melhor que chamamos Civilização do Amor.
Dialogando com as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (2011-2015), que nos incentiva a “[...] cada vez mais a participação social e política dos cristãos leigos e leigas nos diversos níveis e instituições, promovendo-se formação permanente e ações concretas... Quer promovendo, quer se unindo a outras iniciativas, incentive-se a participação em campanhas e outras iniciativas que busquem efetivar, com gestos concretos, a convivência pacífica, em meio a uma sociedade marcada por violência, que banaliza a vida." (DGAE, n. 115), é que a Pastoral da Juventude assume a sua participação na Jornada de Lutas da Juventude Brasileira, se unindo às diversas vozes que querem discutir o modelo de sociedade em que vivemos.
Nosso papel nessa Jornada é muito importante: pautar a defesa da vida dos/as jovens, participar da construção local da Jornada junto aos diversos movimentos juvenis organizados, integrar às mobilizações locais contribuindo com a organização e debate, promover a luta contra a redução da maioridade penal; contra a violência e o extermínio de jovens; e em defesa dos povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos e do campo; lutando também pela aprovação do Estatuto da Juventude.
Dessa forma, levando as ruas o acúmulo de debates que temos feitos em nossos grupos de jovens e comunidades eclesiais de base. Nos unamos a toda juventude brasileira na luta por um mundo melhor. Vamos tomar as ruas carregando nossas bandeiras, faixas, cartazes, levando muita garra, força, arte, debate político e vontade de mudar o mundo e construir a tão sonhada civilização do amor!
Sempre na Luta!
Coordenação Nacional e
Comissão Nacional de Assessores da
Pastoral da Juventude
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