CONHECENDO A REALIDADE INDÍGENA, QUILOMBOLA, RIBEIRINHA E RURAL
“Sou uma pessoa marcada para morrer, mas por uma causa justa a gente morre…”
(Marçal de Souza Tupã-i)
Por que pensar em AJURI?
A diversidade cultural e social é um desafio constante para nossa prática pedagógica pastoral. A presença de diversos grupos indígenas espalhados por todo o território e populações que vivem às margens dos rios que são conhecidas como ribeirinhas, têm desafiado a Pastoral da Juventude, porque os clamores destes jovens têm chegado aos nossos ouvidos. Embora, nestes mais de 30 anos de evangelização, nossa maior experiência tenha sido a realidade urbana, há as realidades indígenas, ribeirinhas, quilombolas que exigem nossa atuação pastoral.
É preciso integrar a realidade desses jovens, seu modo de viver e ver o mundo ao conjunto de nossas reflexões e ações. Eles exigem uma aproximação e queremos buscar em Jesus o modelo da encarnação para a construção de uma pedagogia que respeite essas realidades.1
A identidade das culturas dessas populações tradicionais enriquecerá a todos nós. Sabemos que alguns indígenas, quando migram para a cidade, vivem consumidos pelo álcool por causa da falta de referência. Também são altos os índices de suicídios em algumas comunidades indígenas, sem contar com o preconceito vivido por essas populações no confronto com a sociedade dita “civilizada”.
Onde queremos chegar
Conhecer, respeitar e defender a realidade social e cultural dos povos tradicionais, garantindo a dignidade e a vida dessas comunidades,pautando e valorizando a imensa diversidade dos biomas brasileiros: a Amazônia, a Caatinga, o Cerrado, o Pantanal, os Pampas e a Mata Atlântica.
Iniciativas
- Propiciar aos jovens que conheçam as culturas e crenças dessas comunidades. Dessa forma respeitando-as e desmistificando-as.
- Desafiar também os jovens a compreender os diversos meios em que estão presentes essas comunidades, e até mesmo no contexto urbano.
- Pautar temas relacionados às comunidades tradicionais, como violência, cultura, educação etc, levando o tema aos grupos de base.
- Ter um trabalho eficaz nas comunidades.
- Sensibilizar nos jovens o anseio pela defesa e preservação do meio ambiente, pensando de forma sustentável como se viver na sociedade atual.
- Valorizar cada identidade cultural para que nossos jovens reconheçam a importância das diversidades culturais, despertando neles o desejo de vivenciá-las.
Metodologia
O projeto está baseado em duas metodologias: uma de cunho sociocultural e outra de cunho socioambiental.
A metodologia sociocultural utilizada no projeto será inicialmente uma visão “etnográfica”, que é visitar e vivenciar as realidades das comunidades acompanhadas. “Ver o nativo com seus próprios olhos”,2 ou seja, entender seu modo de vida, e o porquê da diversidade cultural que o Brasil possui. Portanto, essa metodologia ajuda a difundir este conhecimento nos nossos grupos de jovens.
Já a metodologia socioambiental será a do desenvolvimento sustentável. Para se debater sobre o rosto atual dos biomas brasileiros, é necessário cultivar, em nossos jovens (sobretudo nessa fase de novas descobertas e início na vida universitária), a luz da conscientização ambiental, para que assim, nasça em cada um o respeito pela fauna e flora brasileira.
Ações propostas
1. Propiciar aos jovens que conheçam as culturas e crenças dessas comunidades. Dessa forma respeitando-as e desmistificando-as:
- Promoção de fóruns, debates, oficinas, seminários, caminhadas e atos públicos relacionados às comunidades tradicionais, biodiversidade, grandes projetos que afetam o meio ambiente.
- Elaboração e sistematização das experiências de vivências e missões de acompanhamento a essas realidades.
- Gravação e disponibilização de músicas, poesias, lendas, mantras relacionadas ao projeto para os grupos de base.
- Garantia de referenciais em todos os regionais da CNBB, para compor a equipe nacional do projeto Ajuri.
2. Desafiar também os jovens a compreender os diversos meios em que estão presentes essas comunidades, e até mesmo no contexto urbano:
- Realização de parcerias com pastorais, movimentos, congregações, ONGs e institutos que trabalham com essas comunidades.
3. Pautar temas relacionados às comunidades tradicionais, como violência, cultura, educação etc, levando o tema aos grupos de base:
- Elaboração de subsídios do “Projeto AJURI” para aprofundar nos grupos de base.
4. Ter um trabalho eficaz nas comunidades:
- Visita às comunidades dos povos tradicionais.
- Ações em parceira com as comunidades.
- Realização de trabalhos, missões e atividades nas comunidades.
5. Sensibilizar nos jovens o anseio pela defesa e preservação do meio ambiente, pensando de forma sustentável as formas de se viver na sociedade atual:
- Criação e divulgação do vídeo do projeto AJURI em modelo de documentário, com informações sobre o projeto, as comunidades tradicionais e os biomas.
6. Valorizar cada identidade cultural para que nossos jovens reconheçam a importância das diversidades culturais, despertando neles o desejo de vivenciá-las:
- Produção de materiais de apoio que possam dar visibilidade no projeto em diferentes meios de comunicação.
Identidade visual
O Projeto AJURI quer fortalecer a sua identidade em meio aos grupos de jovens e, para isso, criou este logotipo que desejamos ser visto, apreciado, e assumido por jovens de todo o Brasil.
A origem do logotipo do AJURI tem cinco pontos fundamentais:
- os traços e cores dos povos tradicionais visto explicitamente no globo terrestre;
- as letras “A” e “I” inteiramente ligadas, representam o início, o fim e o renascimento;
- o pouco da natureza que completa o globo representa o ciclo de vida continuada;
- as letras “JUR” chamam atenção para a simplicidade do céu, considerada a complexidade de DEUS para os povos tradicionais;
- os traços e as cores da unificação da letra “A e I”, misturados, representam a identidade cultural de várias histórias.
1 Democratização do acesso à terra e defesa de uma política agrícola que incentive a pequena agricultura familiar, reconhecimento e valorização da qualidade de vida dos jovens no meio rural e nas comunidades tradicionais. Cf. CNBB, 2007, pg. 116-117.
2 MALINOWSKI, 1976.
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